Governo do Estado oficializa união de 45 casais em casamento coletivo

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Em uma cerimônia ecumênica e civil, 45 casais oficializaram união em casamento coletivo promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Assistência Social e Cidadania (Seas), neste fim de semana, em Manaus. O 'sim' coletivo reuniu aproximadamente 300 pessoas, entre amigos e familiares dos recém-casados, no Centro de Convivência da Família do Mutirão, no bairro Amazonino Mendes, zona Norte. Alguns dos noivos esperaram quase 30 anos para realizar esse sonho.


Este foi o caso do segurança José Leônidas de Santana e da dona de casa Maria do Socorro. Do primeiro encontro deles até o dia do casamento passaram-se quase três décadas. Os dois se conheceram há 24 anos. Tiveram um namoro breve. Terminaram a relação e cada um seguiu sua vida. Ambos casaram com outras pessoas e constituíram família. Até que Maria do Socorro se separou do marido e José Leônidas ficou viúvo. Foi quando voltaram às lembranças do amor do passado.


Socorro foi quem tomou a iniciativa de procurar Leônidas. "Eu acredito que era para ser eu mesmo na vida dele. Questionei muito com Deus que o meu desejo era esse: o dia de hoje. Eu estou aqui para dizer sim. Só estava esperando por ele, agora que ele tomou a decisão", disse, aos risos.


Cidadania – Na festa comunitária, com direito a fogos de artifício no momento do "sim" coletivo, nenhuma etapa do tradicional ritual de união ficou de fora. Tudo foi preparado com detalhes pela equipe da Seas. Teve até o tradicional momento em que as noivas jogam o buquê, a hora mais esperada pelas solteiras.


O casamento coletivo é uma das bases do programa de atendimento e desenvolvimento da cidadania do Governo do Amazonas. O projeto de união coletiva ocorre na capital e no interior, em articulação com a igreja católica, igrejas evangélicas e o Tribunal de Justiça do Amazonas.


"Eu considero um dos pontos mais positivos na área social do Governo. Fazer esse movimento é muito importante porque muitas famílias não têm condições de arcar com os custos de um casamento. Então, proporcionar essa felicidade, é impar", afirmou a juíza Ana Maria Diógenes, responsável pela parte civil do casamento coletivo.


Toda a festa é custeada pelo governo, incluindo as despesas cartorárias, que giram em torno de R$ 400, para cada casamento civil. O TJAM oferece o juiz sem nenhum ônus. Após a cerimônia, os casais saíram do local com a certidão de casamento em mãos.


Para o pastor da igreja Assembléia de Deus, Francisco Batista, que cumpriu a parte religiosa da cerimônia ao lado de representantes da igreja católica, apesar de muitos acreditarem que casamento está fora de moda, a união entre as pessoas é extremamente importante para o fortalecimento da família. Ele acredita que o Governo cumpre um papel fundamental ao proporcionar que essas famílias oficializem a união. "É muito importante para a sociedade. Eu fico muito feliz com isso que o Governo está fazendo", comentou.


Segundo a secretária executiva de Assistência Social, Graça Prola, além de apoiar os casais que não tinham condições de pagar os custos cartoriais, nem de arcar com as despesas de uma festa de casamento, a iniciativa do governo estadual de promover a oficialização da união tem o objetivo de dar mais segurança às famílias em possíveis questões futuras como partilhas de bens, seja por separação ou por falecimento de um dos cônjuges.


"Com esse tipo de ação, o Governo do Estado beneficia as famílias no sentido de que, a partir de agora, apesar de a legislação vigente apoiar a união estável, há mais segurança para o casal", destacou Graça Prola.


Custos adiaram sonho – O auxiliar de eletricista Manoel Roneu e a babá Maria Antônia foram um dos primeiros casais a chegar para a festa comunitária. A ansiedade dos dois era grande. Eles moram juntos há um ano e meio e já tinham pensado em casar oficialmente, mas por causa do orçamento apertado tiveram de adiar o sonho.


Para namorar Antônia, Roneu lembra que o difícil mesmo foi conquistar a confiança do sogro, que proibiu a relação. "Quando a gente se conheceu, eu fiquei meio de olho, entendeu? Mas só que o pai dela não deixou a gente se aproximar um do outro porque ele sabia das intenções da gente", lembrou.


A jovem de Lábrea veio para Manaus acompanhar o tratamento de saúde do pai, quando conheceu Roneu. Sem ter onde ficar, ela chegou a morar com o pai, que estava com a saúde bastante debilitada, em um abrigo. Foi quando Roneu ofereceu sua casa para hospedar os dois. Foi o primeiro passo para conquistar a confiança do sogro.


Data especial – Para a professora de dança Cláudia Iveluze, a data escolhida para o casamento coletivo não poderia ser mais especial. É que no mesmo dia em que ocorreu a cerimônia comunitária, no sábado (23), ela e o noivo, o vigilante Wanderson Ribeiro, completavam dez anos juntos. Com o primeiro filho à caminho, a oficialização da união simboliza uma nova etapa.

"São dez anos de união e nós estamos iniciando um novo ciclo agora. Fechando um e começando um novo, que começa com chave-de-ouro. É que depois desse tempo todo juntos, a gente decidiu ter o nosso primeiro bebê", contou.
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Fotos: Alfredo Fernandes



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