Infectologista faz alerta para o aumento de casos de dengue durante inverno amazônico

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Uma pesquisa recente revelou que boa parte dos brasileiros diminuíram alguns cuidados após a pandemia

Uma pesquisa divulgada no último dia 15 de março, pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), apontou que 31% dos brasileiros acreditam que a dengue deixou de existir durante a pandemia da Covid-19.

Ainda na pesquisa, outros 22% disseram acreditar que o risco da doença diminuiu. Entre as razões apontadas estão duas situações, 28% disseram não ter ouvido falar mais na doença e 22% responderam que “toda doença agora é Covid-19” e que não haveria mais casos de dengue.

Por outro lado, dados do Ministério da Saúde, apontaram um crescimento de 43,5% no número de casos de dengue, considerando-se as seis primeiras semanas deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado.

Especialistas apontam ainda que o fato de a população brasileira considerar que a doença deixou de existir durante a pandemia pode levar ao relaxamento das ações de controle e de prevenção, aumentando o risco de contrair a doença.

Período chuvoso aumenta alerta

Em Manaus, onde nos primeiros meses do ano ocorre o chamado “inverno amazônico”, com um aumento considerável de chuvas, acaba aumentando também os focos do mosquito Aedes Aegypti, que consegue se proliferar em ambientes úmidos e em pequenos espaços com água parada.

A infectologista do Sistema Hapvida em Manaus, Flávia Carvalho, explica como reconhecer alguns sintomas iniciais da dengue, e em que momento se deve procurar ajuda médica. "A dengue pode ir de uma infecção assintomática até um quadro mais grave. A primeira manifestação é a febre alta por volta de 39 a 40 graus, acompanhado de dor de cabeça e no corpo, esse quadro costuma se manter por volta de 3 a 7 dias. Em 5% dos casos são apresentadas pequenas lesões de pele (rash cutâneo), que costumam aparecer no final da febre. Dentre os sintomas de alerta mais graves, onde é preciso procurar ajuda médica imediatamente estão: dor abdominal frequente, vômitos consistentes e não controlados com medicação, pressão baixa, desmaios, sangramentos, hematomas e mudança na coloração de fezes e urina”.

A médica faz outro alerta para casos bem mais graves da dengue, como o caso da febre hemorrágica, onde a manifestação chega a níveis extremos. Estes casos precisam ser acompanhados ainda mais de perto pela equipe médica para evitar complicações.

Em relação ao aumento de casos, a infectologista enfatiza para os cuidados de prevenção no combate aos criadouros do mosquito. “Na verdade, o nosso período chuvoso é um período de casos de aumento de dengue, então é isso que vai fazer com que diminua os casos a forma preventiva de evitar os focos nas residências. Outro destaque seria para o cuidado redobrado com aquelas pessoas que possuem comorbidades como diabetes, obesidade, pressão alta, dentre outras.

Outro ponto destacado pela médica seria algumas informações que se confundem em relação à dengue e a malária, por exemplo. “A malária é uma doença ocasionada por desmatamento, já a dengue é uma doença urbana. Às vezes, o paciente acha que pegou dengue ao ir em uma viagem ou balneário, e não é assim. A dengue é uma doença da cidade que requer cuidado redobrado com a limpeza de nossos domicílios.

Para finalizar, a médica ainda destaca que ao contrário do que muitas pessoas acreditam, a dengue não é uma doença contagiosa. “Não vai passar de uma pessoa para outra. Mas porque, às vezes, numa mesma família há várias pessoas infectadas? Porque o contágio não ocorreu entre as pessoas, e sim pelos criadores de mosquito ali naquela área”.

A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e tem quatro sorotipos. Quem é contaminado por um tipo não fica imune aos demais. O Ministério da Saúde, reforça a importância de evitar água parada, porque os ovos do mosquito podem sobreviver por até um ano no ambiente.
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