Enchente pode semear mais prejuízos - Augusto Banega Montenegro*

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Caso as águas do rio Negro mantivessem o mesmo ritmo de subida na base de 2cm por dia, no dia 12 de junho, data prevista para o começo da seca, a cota máxima chegaria a 30,80, pelo menos 67cm a mais do que a previsão feita pela Superintendência Regional do Serviço Geológico do Brasil (CPRM),que é a de 30,13. Se, com a cota estimada pela CPRM o Centro de Manaus já estaria completamente alagado, o que será que aconteceria à cidade se a enchente seguisse seu curso natural e chegasse aos 30,80?


Segundo fontes da CPRM, num nível de 30,13 as águas do rio Negro invadiriam as casas construídas à beira dos igarapés e da orla da cidade, chegando a shoppings, feiras e praças em regiões mais afastadas.

A Defesa Civil Municipal aponta, hoje, para o número de 3,6 mil famílias que devem sofrer com a subida do nível da água do Rio Negro e que pelo menos onze bairros terão áreas alagadas somando cerca de 18 mil e 300 pessoas prejudicadas.

Mas, não é necessário se valer de previsões catastróficas para se saber que Manaus está subjugada pelas águas, chegue, ou não, o rio Negro, ao nível de 30metros. Por exemplo, embaixo da ponte Eduardo Ribeiro, no bairro dos Bilhares, quase em frente ao shopping Millenium, as águas do igarapé do Mindu já estão lavando o asfalto. Em uma semana vai ser difícil o trânsito de veículos continuar normal naquela área. Na Praça dos Remédios, nas ruas dos Bares, Marquês de Santa Cruz, Eduardo Ribeiro e parte da Marechal Deodoro as águas ameaçam com pequenas inundações, obrigando os comerciantes a construírem pontes de madeira, igualzinhas às que foram construídas em 1952 na rua Marquês de Santas Cruz, bem em frente à antiga Malaria Guerra.

Segundo o CPRM, caso a cota de segurança para construções em Manaus seja quebrada pela enchente, é provável que muitas pessoas devam ficar no prejuízo.

Em vigor desde 2002, a cota para edificações que está em vigor, segundo o Plano Diretor, é de 29 metros. Na revisão do documento, que foi encaminhado para a Câmara Municipal de Manaus (CMM) no último dia 27, consta a alteração para 30 metros. No entanto, grande parte das edificações foram feitas com base na metragem de 29 metros acima do nível do mar. Caso o nível do rio Negro ultrapasse os 30m, é possível que grande parte das casas construídas nas áreas de igarapés e fundos de vale vão ser inundadas. E, num panorama no qual ninguém quer apostar, porque teme as conseqüências, caso o nível do rio negro ultrapasse os 30, 50, vai ser bastante difícil para a administração estadual e para as administrações municipais do Médio e Baixo Amazonas controlarem o fenômeno sem grandes perdas. Uma pena, de verdade, porque muita coisa podia ter sido prevista muito antes.

*É Jornalista
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