Artigo Arthur Virgílio

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*ARTHUR VIRGÍLIO.

          O fim de semana passado registrou a morte do vice-prefeito de Humaitá, Renato Gonçalves, que foi vereador e, por duas vezes, excelente prefeito desse município.
          Médico experiente, dirigiu a SEMSA, na gestão do prefeito Luís Carijó. Culto e polêmico, defendia seus pontos de vista com vigor e sensatez.
          Tornaria a governar Humaitá, se disputasse a eleição. Morava no coração de sua gente.
          Dava-me prazer sua prosa, ouví-lo, com ele debater pontos de vista que, às vezes, se confrontavam. Dou exemplo: candidato a deputado estadual em 2010, fazia questão de afirmar posição contrária a mototaxistas de Humaitá transportarem passageiros. Eu, que penso o inverso, lhe dizia: "aqui tem poucos taxis, não há como impedir isso". Ele rebatia com a questão da segurança e eu voltava: "então teremos de proibir o namorado de conduzir a namorada, porque se existir perigo num caso, existirá no outro".
          Em política ambiental, pensava como Gilberto Mestrinho. Escrevia artigos, dava palestras, era nítido. Discordávamos em certos pontos, sem prejuízo para a fraternidade.
          Sua morte atrasa a política do rio Madeira. Deixa Manoel Galdino, o Nena, e Lúcio Flávio, do vizinho Manicoré, mais solitários que antes. Refiro-me a estes e a Marquinho Macil, prefeito de Apuí, como pessoas de personalidade e convicções fortes. O Amazonas precisa disso.
          O destino me subtraiu um companheiro. Ultimamente, falávamos muito ao telefone. Sempre rodeado de pessoas, fazia "comícios" de reafirmação de sua lealdade aos princípios políticos que nos uniam. Renato não me apoiava por ser meu amigo, mas porque pensávamos parecido Amazonas e Brasil.
          Meu afeto à querida Aline, esposa, e à família, que homenageio na figura doce da filha Ludmila.
          Lá se foi Renato, homem de letras, orador, tocador de obras, seresteiro, pé de valsa.
     
          * Diplomata
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