CGL aprova projeto técnico do monotrilho e inicia julgamento da proposta de preço

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                 A Comissão Geral de Licitação (CGL) divulgou nesta segunda-feira, dia 14 de março, o resultado do julgamento da proposta técnica para a implantação do monotrilho. O Consórcio Monotrilho Manaus, composto pelas empresas CR Almeida S/A Engenharia de Obras, Mendes Junior Trading e Engenharia S/A, Serveng Civilsan S/A Empresas Associadas de Engenharia e Scomi Engineering Bhd, teve sua proposta classificada pelos membros da Subcomissão Específica encarregada da licitação.              
               Na mesma sessão, realizada às 10h, foi aberta a proposta de preço apresentada pelo consórcio. De acordo com o presidente da Subcomissão Específica da CGL, Luis Henrique Medeiros da Silva, o resultado do julgamento dessa nova fase será anunciado na próxima sexta-feira, dia 18, em sessão a ser realizada às 10h.
               Foi analisada apenas uma proposta técnica, uma vez que um único consórcio foi habilitado na primeira fase da licitação. Segundo o parecer técnico da subcomissão, a proposta técnica do licitante atendeu aos requisitos da avaliação técnica, respeitando-se as exigências e critérios especificados no Termo de Referência e Tabela de Pontos e Fatores para a Avaliação Técnica definidos no Edital. No final, a proposta obteve 76 pontos de nota e índice técnico de 0,88. A nota final e o Índice Técnicos foram obtidos com base em uma tabela cuja nota máxima poderia chegar a 86 pontos. Foram analisadas Proposta de Obra Civil, Proposta de Material Rodante, e a Qualidade da Proposta.
               Entre os fatores técnicos analisados na obra civil estão a experiência do licitante em: execução de projetos e infraestrutura de transporte de massa em área urbana superior a 1 milhão de habitantes com fornecimento e montagem de superestrutura de via permanente metroviária e/ou ferroviária em extensão não inferior a 10 quilômetros comprovada através de atestado; execução de estrutura viária elevada de transporte de massa em área urbana superior a 1 milhão de habitante em estrutura de concreto protendido e/ou estrutura mista (vigas metálicas e concreto) com vãos retos e ou curvos de no mínimo 20 metros de cumprimento e 200 metros de extensão; execução de projetos e infraestrutura de transporte de massa em área urbana superior a 1 milhão de habitantes com área superior a 5 mil metros quadrados de terminais e/ou estações; no desenvolvimento de projeto, planejamento e implantação de desvios de tráfego viário, implantação de sinalização horizontal e vertical.
               Na proposta de Material Rodante foi analisada a experiência do licitante em no fornecimento de material rodante, tipo monotrilho, com capacidade mínima de 200 passageiros por trem que esteja em operação comercial como parte integrante do sistema de transporte urbano, tendo transportado pelo menos 20 milhões de passageiros pagantes, entre outros. No item Qualidade da Proposta foram analisados fatores técnicos como a conformidade do plano apresentado com o Termo de Referência, detalhamento das fases, atividades e abrangências das entregas, coerência do plano quanto a sequência lógica das atividades e quanto ao cronograma de execução, além de métodos, técnicas e ferramentas a serem utilizados.
               De acordo com o vice-presidente da Brassel, a representante da Scomi no Brasil, uma das empresas que compõe o Consórcio Monotrilho Manaus, Halan Moreira, cumprido os prazos iniciais da licitação o consórcio tem condições de entregar o monotrilho antes de 2014. A previsão é para estar funcionando em 2013, na Copa das Confederações.
               A Scomi, fabricante de trens, é responsável pelo monotrilho de Kuala Lumpur,  na Malásia, que já opera há dez anos. A empresa também produziu os trens do monotrilho de Mubai, que está pronto para operar e está construindo um novo em Bangalore. As duas cidades ficam na Índia. No Brasil, também está participando da licitação de uma das três linhas de monotrilho que estão sendo implantadas em São Paulo.
               Vantagens - Entre as inúmeras vantagens dos sistemas de transporte de massa elevado, como o monotrilho, estão a segurança. Em mais de 40 anos, desde que foi implantado o primeiro sistema, foi registrada até hoje apenas uma morte, segundo Halan Moreira. Além disso, o impacto da obra é mínimo. Como as vigas são premoldadas, podem ser montadas inclusive à noite.
               O sistema tem capacidade de expansão, aumentando o número de trens e diminuindo o tempo entre um e outro. Em Kuala Lumpur, por exemplo, o monotrilho que hoje tem capacidade de transportar 120 mil passageiros dias está implantando um novo trem e vai passar a transportar 200 mil pessoas/dia. O monotrilho também não gera poluição sonora e nem ambiental, uma vez que o motor é elétrico e refrigerado à água, além de possuir suspensão pneumática; não interfere no trânsito normal da cidade e possui um sistema de manobra que permite ao trem voltar sem precisa fazer curva. Outra vantagem observada nas cidades onde foi implantado é a valorização imobiliária e comercial das áreas por onde passa e onde ficam suas estações.

Saiba mais sobre o monotrilho de Manaus
                        O projeto de monotrilho elaborado para Manaus pode atender até 170 mil pessoas/dia com redução do tempo médio de deslocamento dos passageiros em até 1 hora, em relação ao tempo de percurso da atual frota de ônibus. O modelo, um tipo de metrô de superfície que trafegará em via exclusiva suspenso em vigas, ligará, na primeira etapa, o bairro da Cidade Nova ao Centro tendo como eixo a Constantino Nery.
         Estimado em R$ 1,3 bilhão com fontes de financiamento que incluem recursos do Estado e do Governo Federal, além de BNDES, BID e iniciativa privada, o sistema de monotrilho tem a vantagem de desobstruir as ruas e de contribuir com a preservação do meio ambiente, por meio de tecnologia que inibe a emissão de poluentes e de ruídos.
         O sistema é reconhecido como solução prática por agregar conforto, segurança e acessibilidade, sobretudo no atendimento de pessoas com necessidades especiais, além de ser facilmente adaptável a modais de integração com outros sistemas de transporte. O modelo é uma boa opção pela viabilidade técnica e econômica de curto prazo de implantação, a tempo de atender a demanda de usuários da Copa do Mundo de Futebol de 2014, e os baixos custos de manutenção.
         Do ponto de vista urbano, por ser uma infraestrutura leve e de baixa intervenção, o monotrilho diminui a necessidade de desapropriações e possibilita a redução de acidentes por que trafega em via aérea exclusiva e, principalmente, elimina risco de atrasos de chegada e saída dos trens.
         A expectativa é que a primeira etapa do monotrilho esteja concluída em meados de 2013, a tempo de receber a Copa das Confederações, a qual Manaus é uma das candidatas a subsede.
         O projeto, elaborado pela Pricewaterhouse, uma das empresas de consultoria mais conceituadas do mundo, tem design moderno, mas simples com seis estações de estrutura de lajes para plataforma e mezaninos soltos sobre os pilares. A propostas prevê acomodação da estação no eixo das avenidas, usando parte do canteiro central existente. A solução define seis estações e conjunto de escadas rolantes e fixas, além de elevador para pessoas com necessidades especiais.
         Nos mezaninos estarão alojados as bilheterias e uma área para salas operacionais. Ao longo do tronco central está sendo considerada a implantação de estações em pontos estratégicos para integração (Terminais Santos Dumont e Arena), além de paradas intermediárias relevantes para o acesso dos usuários.


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