DOENÇAS DE CHAGAS: EFICIÊNCIA NO TRATAMENTO

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O médico infectologista Franklin Simões de Santana Filho, 36, apresentará o que foi feito na região do Médio Solimões.

DANIEL MACIEL - Quando surgem problemas que afetam a coletividade, algumas pessoas tem papel preponderante: uns em alardear e alarmar a população, outros em procurar atender e solucionar o problema. Graças a Deus, que os alarmes em torno dos casos da Doença de Chagas em Coari não foram o suficiente para causar pânico na população, e da mesma forma, graças a Deus pela equipe competente de médicos que existem em nossa cidade, diga-se de passagem, uma quantidade de médicos considerável para uma cidade do tamanho de Coari. Médicos competentes que souberam tratar o foco da doença e contorna o problema. Agora, estes médicos, vão levar a técnica utilizada em Coari como referência nacional nos focos da doença.


Sessenta e três pessoas foram afetadas pelo mal de Chagas em Coari (a 370 quilômetros de Manaus) depois de terem consumido vinho de açaí em uma festa. O surto provocado pela contaminação oral do Tripanossoma cruzi, parasita causador da doença, está sendo combatido pela Fundação de Medicina Tropical do Amazonas (FMT-AM) em parceria com a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) e autoridades do município atingido, dentre elas, o médico Maurício Borborema. Amanhã, em Brasília, na sede do Ministério da Saúde, na Gerência Nacional do Controle da Doença de Chagas, o médico infectologista Franklin Simões de Santana Filho, 36, apresentará o que foi feito na região do Médio Solimões.


O tratamento imediato à base de Benzonidazol e outras técnicas de atendimento estão sendo apontadas como referência nacional no combate de surtos da doença por via oral. O êxito no atendimento aos infectados, sem nenhuma morte, contribui para que ajustes sejam feitos na política nacional do setor. Leia entrevista com Franklin Simões Santana Filho.


A CRITICA - Como é feito o trabalho de acompanhamento das vítimas do mal de Chagas em Coari ?

Franklin Simões - Hoje nós trabalhamos com uma equipe de profissionais. Eu estou fazendo o acompanhamento epidemiológico e as ações de assistência médica em conjunto com outro colega, o Dr. Maurício Borborema, que é o coordenador do Núcleo de Medicina Tropical em Coari.


A CRITICA - Quantos casos foram confirmados no município?

Franklin Simões - Pelo diagnóstico através da lâmina, temos 25 pacientes contaminados pelo Tripanossoma cruzi. Em outros 38 pacientes foram realizados exames sorológicos, mas, até agora, eles não tinham sido identificados pelo exame de lâmina. Todos estão evoluindo de forma satisfatória. Eles estão sob terapêutica, com a droga distribuída gratuitamente pelo Ministério da Saúde.


A CRITICA - Como é feito este tratamento ministrado pelo senhor?

Franklin Simões - Ele é feito de forma clínica/ambulatorial e com o uso de uma medicação parasitária, que é o Benzonidazol, ministrada durante sessenta dias, com supervisão direta do Dr. Maurício Borborena.


A CRITICA - Quais as características extraordinárias do surto de Chagas em Coari ?

Franklin Simões - O surto da doença de Chagas constatado na Comunidade de Santa Maria foi pontual. Tudo indica que foi uma possível contaminação comunitária de pessoas que freqüentaram um núcleo familiar no período de Páscoa e que fizeram o uso comum do vinho do açaí. Possivelmente esta bebida deveria estar contaminada com fezes do barbeiro, que é um vetor silvestre no Amazonas ou, quem sabe, possivelmente, um barbeiro jovem, de tamanho bem diminuto que, acidentalmente, pode ter sido triturado e esmagado durante o processo de preparo do vinho de açaí.
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