Duplo atentado em manifestação pela paz mata ao menos 86 pessoas na capital da Turquia

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Terroristas suicidas produziram duas explosões, quase simultâneas, transformando a manifestação em um cenário de guerra. Os ataques aconteceram no momento em que os manifestantes cantavam e faziam brincadeiras

10/10/2015 às 08:08 - Atualizado em 10/10/2015 às 11:26




Explosões nos arredores de estação de trem em Ancara matam ao menos 30, neste sábado (10) (Foto: VEJA.com/AFP)




Já chega a 86 o número de feridos no duplo atentado realizado neste sábado, em uma manifestação pela paz, na cidade de Ancara, a capital da Turquia. Os feridos são, até agora, 186, sendo que 28, estão em estado grave. Os números foram atualizados pelo ministro da Saúde da Turquia, Mehmet Müezzinoglu.

Terroristas suicidas produziram duas explosões, quase simultâneas, transformando a manifestação em um cenário de guerra, no centro de Ancara. Os ataques aconteceram no momento em que os manifestantes cantavam e faziam brincadeiras. As detonações foram tão fortes que explodiram as grossas janelas de vidro de um terminal ferroviário próximo. Em segundos, centenas de pessoas foram atingidas por uma "chuva" de restos mortais das vítimas.

Até o momento, ninguém reivindicou a autoria do atentado, o mais sangrento ocorrido neste ano na Turquia.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, condenou o massacre, chamando-o de "um abominável ataque contra a unidade e a convivência". E acrescentou que as explosões "não se distinguem em nada dos atos de terror contra cidadãos inocentes, servidores, policiais e soldados", fazendo referência aos atentados cometidos pelo Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

"Somos contra todo tipo de terror e de organização terrorista", declarou Erdogan.

O partido da esquerda pró-curda HDP, por sua vez, destacou a semelhança do atentado de hoje com a bomba colocada em um comício do grupo em Diyarbakir, dois dias antes das eleições do dia 7 de julho, e também com o massacre de Suruç. Neste atentado, um jovem jihadista turco, provavelmente treinado pelo Estado Islâmico (EI), matou 34 ativistas pró-curdos em uma assembleia. Depois do ataque, o PKK rompeu o cessar-fogo estabelecido com o governo há mais de dois anos. Desde então, centenas de pessoas morreram, entre guerrilheiros, civis e agentes das forças de segurança, em atentados, ataques e confrontos.

Hoje, pouco depois da tragédia de Ancara, a cúpula do PKK anunciou que estabelecerá uma trégua unilateral até a realização das próximas eleições na Turquia, marcadas para o dia 1º de novembro. Em comunicado divulgado pela agência curda "Firat", o PKK afirma que seus militantes "suspenderão todas as ações previstas" e "evitarão todo movimento, salvo em defesa própria".

O ataque também foi condenado pela comunidade internacional. O secretário-geral da Otan, general Jens Stoltenberg, disse que não pode haver justificativa para um ataque tão horrendo contra pessoas que marcham pela paz. Já a chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, destacou que todos os turcos e as forças políticas do país devem permanecer unidos contra os terroristas e aqueles que tentam desestabilizar e ameaçar a Turquia. A Rússia, que vive um momento de tensão diplomática com a Turquia devido à intervenção na Síria, também condenou o atentado e pediu para que todos deixem de lado os interesses próprios para reunir esforços no combate ao terrorismo.

"A tragédia de Ancara voltou a confirmar a prioridade da luta contra o terrorismo e suas várias estruturas na região, além da necessidade da união de esforços de todos os parceiros, tanto da região como de fora dela", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zajarova.

(com Agência EFE)

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