Operação “Tribunal de Rua”, da SSP-AM, prende policiais militares e um delegado da Polícia Civil

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Seis policiais militares, um ex-policial militar e um delegado da Polícia Civil foram presos na manhã desta quarta-feira, dia 9 de outubro, suspeitos de extorsão, corrupção ativa, tráfico e associação para o tráfico de drogas. O trabalho é resultado da operação "Tribunal de Rua", que cumpriu os mandados judiciais de prisão e foi realizada pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), através da Secretaria-Adjunta de Inteligência (Seai), em conjunto com as Polícias Militar e Civil.


As prisões foram embasadas em uma investigação que durou cinco meses, após denúncias feitas à Seai por pessoas que teriam sido vítimas do grupo. De acordo com o titular da SSP-AM, coronel Paulo Roberto Vital, a partir da investigação, a operação chegou a provas contundentes que passaram pelo Ministério Público e resultaram na expedição dos mandados de prisão.

"Quero ressaltar que mais uma vez a Secretaria de Segurança Pública está mostrando que a população pode acreditar no trabalho que está sendo desenvolvido. Estamos cortando na própria carne. Toda vez que se fizer necessário nós faremos esse trabalho sim, o que mostra nosso comprometimento com a sociedade e com os bons policiais, que são a maioria. Não corroboramos com nenhum desvio de conduta", afirmou o coronel Vital.

Foram presos o delegado da Polícia Civil, Oscar Cardoso, que comandava a Força-Tarefa da SSP-AM; os policiais militares Einar Magalhães Ribeiro (sargento); José Samuel Spener (cabo); Ronaldo Bacuri Machado, Nadison de Souza Miranda e Donato Paz da Silva (soldados); Wanderlan Fernandes de Oliveira (ex-policial militar) e Williame de Souza Castro (soldado). Os mandados de prisão preventiva foram expedidos pelo juiz Francisco Pessoa Almada, da 2ª Vara Especializada de Execuções em Crimes de Uso e Tráfico de Entorpecentes (Vecute).

O nome da operação é uma alusão ao título de música da banda O Rappa que fala da prática criminosa de extorsão que seria praticada por policiais no Rio de Janeiro. Segundo o secretário-adjunto de inteligência, Thomaz Vasconcelos, um dos crimes praticado pelo grupo aponta que os policiais extorquiram R$ 55 mil para manter um traficante em liberdade. "O comando do grupo estava a cargo de dois policiais militares. E o que nós levantamos é que o delegado daria o ar de legalidade ao tipo de abordagem que era praticada pelos policiais", explicou Thomaz.

Durante a manhã desta quarta-feira, os envolvidos foram ouvidos e serão encaminhados para o Batalhão de Guarda da PM, no caso dos policiais militares e do ex-PM. O delegado será recolhido para a carceragem da Delegacia Geral. O processo correrá em segredo de justiça. Os acusados devem ficar afastados de seus cargos durante o andamento do processo. Eles também devem responder a processo administrativo.

Apreensões – Na lista de materiais apreendidos durante a operação "Tribunal de Rua" estão armas, pistolas, munições, algemas, binóculo, coletes balísticos, capa de chuva, pen drives e chips de celular, modem, telefones celulares, máquinas fotográficas, veículos, carregadores, CPU, notebooks, cartões bancários, máquina de cartão de crédito e dinheiro, incluindo notas falsas.

Exemplo – Segundo o delegado-geral da Polícia Civil do Amazonas, Josué Rocha, a prisão de policiais militares e do delegado de polícia, através da operação "Tribunal de Rua", serve de exemplo aos policiais que se desviarem da conduta prezada pela instituição, De acordo com ele, a PC está atenta aos casos de irregularidades. "Foi surpreendente a prisão do delegado já que ele tinha uma ficha de bons trabalhos na Polícia Civil. A operação serve de exemplo. A Polícia Civil tendo um de seus membros em qualquer irregularidade, isso será apurado e penalizado. Nós estamos atentos a qualquer situação e vamos continuar trabalhando com seriedade", garantiu.

Para o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Almir David, o envolvimento dos policiais com a criminalidade não reflete os valores da instituição e dos bons PM's que trabalham comprometidos com a coletividade. O coronel disse que uma vez comprovado o desvio de conduta, os profissionais serão punidos. "A Polícia Militar emprega a transparência em todas as suas ações. Por isso expurgamos esse tipo de comportamento. Esses profissionais que trabalham para a criminalidade não refletem nossas ações, nossos valores e, principalmente, o investimento e valorização que o Governo tem feito na segurança pública", pontuou Almir David.

FOTOS: WREDMAN / AGECOM
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