O universo acadêmico de uma coariense.

Manaus março de 2008, como de costume todos os dias ás cinco da tarde saio de casa em direção a uma faculdade particular com uma única finalidade, trabalhar honestamente vendendo bombons de chocolate para os estudantes de Jornalismo do Centro Universitário Nilton Lins.

Aquele dia não era um dia qualquer algo estava diferente, o motivo? A formatura de mais uma turma de jornalismo no salão nobre da faculdade. Atraída pela curiosidade andei em direção aquele salão, fiquei do alto, em um dos camarotes escuros e sóbrios, observando o acontecimento. Todos os formandos felizes jogando os capelos (chapéus) pra cima e fazendo a clássica foto de formandos.

Naquele momento passou um filme em minha cabeça, e a lagrima caiu, olhei pra mim, e vi uma mulher com um pote nas mãos de truffas, e um sonho no coração.

Naquele momento renasceu o meu sonho e um desejo imenso surgiu para lutar com o objetivo de entrar na faculdade e cursar a tão sonhada graduação com a qual me apaixonei aos 18 anos de idade quando ainda publicava o extinto informativo “O Forninho” nos anos de 2002 e 2003 na Escola Nossa Senhora do Perpetuo Socorro em minha terra natal Coari.

Um ano se passou, e com pequenas economias mensais e um natal sem roupa nova e muito menos ceia  natalina, consegui juntar o dinheiro, fiz o vestibular e me matriculei no Centro Universitário do Norte (Uninorte) não optei pela Nilton Lins porque todos me aconselhavam o Uninorte, faculdade esta reconhecida pelo MEC com conceito 4 (máximo é 5), depois da Ufam é a melhor faculdade de Manaus.

Mochila, caderno, dicionário, caneta, um pote de bombons de chocolate nas mãos e muita determinação, este é meu dia-a-dia no curso de Comunicação Social no Centro Universitário do Norte em Manaus.

Entre um tempo de aula e outro lá está uma pequena coariense vendendo bombons pelos corredores para mais de mil alunos de comunicação que ali estudam, buscando em troca sabedoria e um futuro diploma de jornalista.

Sempre falei e repito que jornalismo é curso de pessoas com poder aquisitivo melhor, dou, por exemplo, minha turma, filhos de proprietários de rádio, militares e com cargo elevado no poder público, sem contar apresentadores de programas sensacionalistas, repórteres da Rede Amazônica, Amazon Sat, são muitos os repórteres que estão na cadeira de faculdade, mas já exercem a profissão em Manaus.

Profissão esta que é a segunda mais antiga do mundo e que possui como principal papel o dever de pautar, apurar, editar e noticiar. A busca incansável pela veracidade dos fatos, o inédito, a objetividade, como também o dever de manter a liberdade de imprensa. Este é o papel do bom jornalista seja ele velho, seja ele escriba, jornalistas são prestadores de serviços e nunca celebridades.

Entre as aulas de fotojornalismo e jornal impresso, sinto um respeito e gratidão sem tamanho a Deus, pois sei que minha energia vem dele. Valorizo cada centavo de minha mensalidade; não falto aula. Valorizo cada cópia tirada na reprografia e passagens de ônibus, vejo minhas páginas de caderno e livros como um pedaço de ouro.

Acredito que Manaus é sim a terra das oportunidades, onde os coarienses podem se refugiar em busca de um bom emprego, e conseqüentemente conseguir a tão sonhada graduação, a receita é muito fácil: planejamento, foco, humildade e ter em mente que (se podemos sonhar, com fé em Deus) também podemos tornar nossos sonhos em realidade, acredite.

Islania Lima é Colunista de "Coari em Destaque", estudante de Comunicação Social - Jornalismo Uninorte / Colaboradora de www.idbentes.com.br / Repórter do Blog de Comunicação Uninorte Dialog e futura Coariense Jornalista com diploma.