Pelé imortal

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Wilson Baldini Jr. - O Estado de S.Paulo

Quarta-feira, 20 de outubro de 2010, 7h30. Os professores de Educação Física Laércio e Walter se preparam para mais uma aula com os alunos do Ensino Fundamental 1 do Colégio Madre Alix, em São Paulo. Antes da corrida inicial, uma pergunta para os garotos e meninas de até 6 anos de idade. "Quem conhece o Pelé?" A resposta das crianças é rápida e decidida, como era característica do maior jogador de futebol de todos os tempos: "Eu, eu, eu." Em 2007, na entrega do Prêmio de Melhor do Mundo da Fifa, em Zurique, Suíça, Kaká, Messi e Cristiano Ronaldo disputavam o 1.º lugar, mas quem chamou a atenção do seleto público foi Edson Arantes do Nascimento.

São dois exemplos da imortalidade de um personagem esportivo que se transformou na maior marca pessoal do esporte já existente, e que hoje completa 70 anos de vida. Sem chutar uma bola profissionalmente desde 1977, Pelé permanece com credibilidade, respeito e admiração por parte do público, o que o torna alvo predileto dos mais diversos tipos de produtos para os quais negocia quantias milionárias e assim liga sua imagem a comerciais para todos os tipos de mídias pelo mundo. Um estudo dos autores ingleses Des Dearlove e Stuart Crainer, especialistas em poder das grifes, diz que a marca Pelé poderia atingir US$ 1 bilhão, superando os astros Michael Jordan, Tiger Woods e Muhammad Ali.

Levantamento recente da revista Dinheiro, aponta que, para se explorar a marca Pelé nos próximos 20 anos, seriam necessários R$ 600 milhões, o que garantiria ao Rei do Futebol R$ 30 milhões anuais, o mesmo que Cristiano Ronaldo recebe para defender o Real Madrid. O salário do português é o maior do futebol. Ibrahimovic, do Milan, Messi, do Barcelona, Samuel Eto"o, da Internazionale, e Kaká, do Real Madrid, na ordem, ficam atrás do eterno camisa 10 do Santos e da seleção.

Mas o que faz Pelé ser diferente de outros grandes ídolos do futebol, que também já pararam e, com o tempo, perderam parte da aura que acumularam em suas carreiras? Muitos especialistas indicam que o maior "golaço" do Rei não foi nenhum dos 1.281, que estufaram as redes adversárias em duas décadas. Mas sim ter ido jogar nos Estados Unidos em 1975, defender o Cosmos, de Nova York. Além dos salários de US$ 4,5 milhões por ano (excepcionais para a época) e a divulgação de um esporte com pouco interesse na terra do Tio Sam, Pelé teve a oportunidade de conviver com grandes investidores dos EUA, que lhe abriram as portas para vantajosos contratos publicitários. Há tempos, Pelé sonha com a aposentadoria. Mas parece que essa disputa ele não vai vencer nunca.

FONTE: ESTADÃO.COM

DANIEL MACIEL
BLOG COARI EM DESTAQUE
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