MANICORÉ EM TENSÃO POLÍTICA

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A matéria abaixo, publicada no jornal A Critica mostra até onde as pessoas podem ir quando estão em busca do poder. Manicoré está sendo um caso clássico de incidentes políticos resultantes da tensão e de conflitos de grupos conflitantes, que já levaram as vias de fato e que continuam na disputa pelo poder. Já ouve  prefeito cassado, tentativa de assassinato, atentado a prédio de TV e agora vão tentar abrir uma CPI para afastar o atual prefeito, sinal de que vem mais confusão por aí. Leia a matéria abaixo, com os respectivos créditos de texto e imagem para entender um pouco mais a tensão política em Manicoré.

Oposição na ofensiva


Luiz Vasconcelos - 24/07/2009
Manoel Galdino ficou paralítico depois de ser baleado no dia 20 de janeiro



 
Aristide Furtado
Especial para A CRÍTICA
 
O grupo político do prefeito cassado de Manicoré, Emerson França (PMDB),  promove duas ações para tentar tomar o comando da prefeitura do prefeito licenciado Manoel Galdino (DEM) e do vice-prefeito Lúcio Flávio (PSDB). Na terça-feira, a bancada de oposição criou uma comissão processante para investigar Lúcio Flávio. Para a próxima semana, o presidente da Câmara Municipal, Emir França, já anuncia a aprovação de uma  junta médica para avaliar se Galdino tem condições físicas de continuar no cargo.
 
A presidência da comissão processante ficou com o vereador Astrogildo Araújo Dias (PSB). Ele é um dos seis vereadores ligados ao ex-prefeito Emerson Pedraça. A bancada governista conta apenas com três integrantes.  Emir França (PP), que é irmão de Pedraça, informou que os trabalhos da comissão começaram ontem.
 
A oposição acusa o prefeito interino Lúcio Flávio, que está no cargo desde maio, de usar um decreto de emergência para desviar recursos por meio de contratos sem licitação com a construtora Unidas. No dia 5 de maio deste ano, Lúcio Flávio decretou estado de emergência para recuperar ruas e o barranco da frente do município.
 
Emir França diz que o decreto era desnecessário pois o Governo do Estado já está fazendo essas obras. Em setembro de 2008, a Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinf) firmou contrato com  a construtora Mariuá no valor de R$ 11,2 milhões para  obras  em Manicoré. Segundo Emir, a recuperação das ruas  ainda está em andamento. “Só fez roçar na beira das ruas. O que está fazendo é lavagem de dinheiro para pagar advogado”, disse Emir França.
 
França  disse que, se a avaliação médica comprovar que Galdino não tem condições físicas de permanecer no posto, a bancada oposicionista vai abrir processo para destituí-lo. Segundo ele, Manuel Galdino não passou 48 horas no cargo desde que assumiu no dia 24 de março.
 
O prefeito ficou paralítico depois de ser baleado no dia 20 de janeiro deste ano, no Centro de Manaus. À época, a prefeitura  estava sob a direção de Emerson França, primeiro colocado na eleição de 2008. Com a cassação de França pelo TRE-AM, Galdino assumiu a cadeira  no dia 24 de março. Licenciou-se para tratamento médico e deixou o vice em seu lugar.
 
No dia 14 de abril, Emir França obteve liminar judicial da desembargadora Marinildes Mendonça, suspendeu a posse de Galdino, e assumiu o município até 2 de maio. Neste dia, Lúcio Flávio retomou o posto amparado por  liminar da desembargadora Graça Figueiredo.
 
Atualmente, Galdino faz  reabilitação no hospital Sarah Kubitischeck, em Brasília. Para prorrogar por 90 dias a  licença médica, teve que recorrer à justiça. Emir França disse que a licença não foi renovada pela Câmara  porque Galdino não apresentou atestado médico atualizado.