Senado aprova projeto que inibe criação de novos partidos

Em Destaque
Por -
0
A partir de agora, parlamentares que migrarem para uma nova legenda não levarão o tempo de TV nem ampliarão a cota do fundo partidário da nova sigla
Gabriel Castro, de Brasília
O Senado aprovou nesta terça-feira o projeto de lei que retira de partidos recém-criados o direito ao fundo partidário e ao tempo de televisão. A partir de agora, as siglas que passarem a existir terão direito às cotas mínimas desses benefícios enquanto não elegerem deputados federais. Ou seja: os parlamentares que migrarem para uma nova legenda não contarão para o aumento dos recursos ou do tempo de TV. A votação foi simbólica, com a oposição de poucos parlamentares.

O projeto, que chegou a ser aprovado pela Câmara dos Deputados em abril, avançou inicialmente como um esforço do governo para esvaziar a Rede, de Marina Silva, e o Solidariedade, do deputado Paulo Pereira da Silva. Mas a reação à proposta levou o Senado a paralisar a tramitação. Agora, que o prazo para a filiação de quem for disputar as eleições de 2014 se esgotou, o projeto foi retomado. Ainda assim, como a Rede ainda não obteve o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o partido deve ser prejudicado pela medida.

Leia também: Quem ganha e quem perde com o troca-troca de partidos

A criação do Pros e do Solidariedade, partidos que atraíram dezenas de parlamentares nas últimas semanas, motivou a aprovação da proposta. O PMDB pediu urgência na votação do projeto. "O país não pode aceitar. Todos nós que somos políticos estamos pagando hoje por esse troca-troca de partido. É a desmoralização da política brasileira", afirmou o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE).
O senador Humberto Costa (PT-CE) também disse que a situação atual não pode permanecer: "É inadmissível que partidos que foram criados de última hora possam ter o mesmo tratamento que partidos que disputaram as eleições", disse ele. Já Pedro Simon (PMDB-RS), apoiador de Marina Silva, disse que a proposta precisava ser refeita. "O normal seria que esse projeto fosse devolvido a uma comissão. Vamos rever esse projeto", disse ele, que votou contra o texto. 
Como não sofreu alterações no Senado, o projeto seguirá para sanção presidencial. Depois disso, a mudança na regra entrará em vigor imediatamente.
Tags:

Postar um comentário

0Comentários

1. O Blog em Destaque reserva-se o direito de não publicar ou apagar acusações insultuosas, mensagens com palavrões, comentários por ele considerados em desacordo com os assuntos tratados no blog, bem como todas as mensagens de SPAM.

Postar um comentário (0)