Sarney critica pedido para retirada da frase "Deus seja louvado" das cédulas de real

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Quando ocupava o cargo de Presidente da República, Sarney determinou a inclusão da expressão nas notas

REDAÇÃO ÉPOCA, COM ESTADÃO CONTEÚDOhare
"Eu acho que é uma falta do que fazer", diz Sarney sobre ação do MPF (Foto: Moreira Mariz/Agência Senado) O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), reagiu nesta terça-feira (13) à iniciativa do Ministério Público Federal (MPF) de ajuizar ação civil pública pedindo a retirada da expressão "Deus seja louvado" das cédulas do real que forem impressas a partir de agora. "É falta de ter o que fazer", disse Sarney.

A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, órgão do MPF, alega que as três palavras ferem o princípio de laicidade do Estado e privilegiam uma religião em detrimento de outras.
   
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"Eu tenho pena do homem que na face da Terra não acredita em Deus", disse o senador. Sarney defendeu ainda que, ao contrário do que querem os procuradores, é necessário ter consciência da gratidão a Deus. "Eu acho que é uma falta do que fazer porque, na realidade, precisamos cada vez mais ter a consciência da nossa gratidão a Deus por tudo o que ele fez por todos nós, humanos, e pela criação do universo. Nós não podemos jamais perder o dado espiritual", afirmou.

Questionado pelo MPF, o Ministério da Fazenda disse que a inclusão da frase foi feita em 1986, por determinação direta do então presidente da República, José Sarney. Em 1994, com o Plano Real, o texto foi mantido pelo ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso.


Segundo informações da assessoria de imprensa do MPF, o procurador regional dos direitos do cidadão Jefferson Aparecido Dias defende a retirada da expressão das notas como forma de proteger a “liberdade religiosa de todos os cidadãos”. Ele diz que nenhuma lei permite a manifestação religiosa. “Imaginemos a cédula de real com as seguintes expressões: ‘Alá seja louvado’, ‘Buda seja louvado’, ‘Salve Oxossi’, ‘Salve Lord Ganesha’, ‘Deus não existe’. Com certeza cristalina haveria agitação na sociedade brasileira em razão do constrangimento sofrido pelos cidadãos crentes em Deus”, afirma Dias na ação.

Segundo a Procuradoria, a medida não deve gerar gastos aos cofres públicos, porque a ação pede que seja dado prazo de 120 dias para que as cédulas comecem a ser impressas sem a frase.

AC
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