Em reunião com Dilma, Omar Aziz defende melhoria das políticas públicas nas áreas de conflito agrário na Amazônia

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         O governador do Amazonas, Omar Aziz, defendeu, durante reunião com a presidenta Dilma Roussef para tratar sobre conflitos agrários na Amazônia, a necessidade de implementação de políticas públicas nas áreas de conflito que garantam os direitos aos trabalhadores rurais. "Precisamos ter políticas públicas, que assegurem direitos aos trabalhadores do campo, a exemplo da regularização fundiária, assistência técnica e social. Homens e mulheres que vivem na Amazônia precisam ter tratamento diferenciado, sim".
         A reunião contou com a presença dos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, da Agricultura, Wagner Rossi, da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes, além dos governadores do Pará, Simão Jatene, e de Rondônia, Confúcio Moura, estados onde conflitos agrários resultaram na morte de três pessoas na semana passada. Nesta quinta-feira, um outro trabalhador rural foi assassinado no Pará.
         Omar Aziz destacou que a política de desenvolvimento sustentável que vem sendo praticada pelo governo do Estado no interior do Amazonas é a saída para melhorar a qualidade de vida da população, mas que a iniciativa precisa de apoio externo. Por outro lado, também é importante avançar com o programa de regularização fundiária. "Se hoje há problemas eles são gerados nos locais onde se tem divergência em relação à propriedade. A partir do momento em que houver a definição de propriedade os crimes acabarão. Além disso, só é possível obter acesso a financiamentos e assistência técnica se o agricultor tiver o título da propriedade", completou.
         Após a reunião, o ministro José Eduardo Cardozo anunciou uma força-tarefa com participação de tropas do Exército, policiais federais, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança, em conjunto com os governos estaduais, para investigar homicídios que ocorreram na região Norte nas ultimas semanas. Paralelo a essa ação, segundo Cardozo, o governo enviará aos estados do Amazonas, Pará e Rondônia ministros e integrantes dos Conselhos Nacionais de Justiça (CNJ) e Ministério Público (CNMP) para agilizar os processos contra as quadrilhas que vêm matando lideranças camponesas.
         "Vamos lançar de comum acordo a Operação de Defesa da Vida. Teremos dois tipos de ações: uma policial que envolve a PF, a PRF, a Força Nacional e as Forças Armadas. O objetivo é assegurar que não ocorra mais crimes e que os criminosos sejam presos e punidos", contou Cardozo após reunião com a presidenta Dilma Rousseff.
         De acordo com o ministro, a reunião já vinha sendo programada desde o início da semana, quando integrantes do governo participaram de encontro com o vice-presidente, Michel Temer. Cardozo informou também que haverá um trabalho efetivo por parte da força policial para proteger os camponeses que estão sendo ameaçados de morte por jagunços ou quadrilheiros.
         Após as explicações dos ministros, os três governadores se manifestaram a favor da iniciativa da presidenta Dilma. Jatene frisou ser importante a integração da União com os governos estaduais. "Não dá para a Amazônia ser vista pelos casos que acontecem. Mas é necessário que se estabeleça uma política pública. A estratégia parte de um gerenciamento de crise para resultar numa punição exemplar", afirmou o governador paraense.
         O governador de Rondônia destacou o empenho da presidenta Dilma em assegurar uma ação conjunta das tropas federais e estaduais. Moura explicou que a presidenta teria reconhecido que do estado do Mato Grosso para o norte do país há um cinturão agrícola e que isso mobiliza trabalhadores de vários pontos do país.
         Cardozo contou que a partir de amanhã iniciará a formalização da agenda com os governadores estaduais e os representantes do CNJ e CNMP. Segundo ele, a partir da próxima quarta-feira (8/6), os ministros, procuradores e juízes seguirão para os três estados para reunião e avaliação da situação. Com isso, segundo o ministro, outras providências podem ser tomadas, sempre em acordo com as partes envolvidas
 Fotos: Roberto Stuckert Filho

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