Custo com congestionamento em Manaus é de R$ 530 milhões/ano

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                Perda de tempo, cansaço e irritação não são os únicos transtornos causados pelos frequentes congestionamentos nas principais vias de Manaus. Estudo da Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplan) revela que as perdas geradas com as contínuas retenções no tráfego da cidade equivalem a um custo de R$ 530 milhões/ano, considerando variáveis como o Tempo Gasto no Congestionamento, Custos de Oportunidade de Mão-de-Obra e Custos Financeiros.

            O estudo, que é mais um instrumento para subsidiar políticas públicas para o transporte urbano, foi realizado pelo Departamento de Estudos e Pesquisas (Depi) da Seplan e teve como parâmetro a avenida Constantino Nery, um dos principais eixos viários da cidade, e suas transversais, um circuito que vai da Estrada dos Franceses até a avenida Boulevard Álvaro Maia.

            O resultado do cálculo, feito com base nos estudos da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), aponta um Custo do Tempo Gasto com Congestionamento de R$ 2,89 por hora de cada automóvel que fica retido no trânsito em Manaus. Esse custo é da ordem de R$ 154 milhões/ano. Para o levantamento dessa variável foi feito um calculo entre a quantidade de automóveis retidos no trânsito, a quantidade de horas gastas com as retenções e quantidade de dias úteis no período estudado.

            Na apuração do Custo Financeiro, o cálculo incidiu sobre a soma dos custos de congestionamentos anuais de veículos a gasolina, ônibus a diesel mais poluição de automóveis e de ônibus. Esses custos são calculados em R$ 125 milhões/ano.

Um destaque importante do estudo é o cálculo do valor da mão-de-obra gasta nos congestionamentos, nos horários das 6h30 às 8h30, das 11h30 às 13h30 e das 17h30 às 19h30, um custo estimado em R$ 251 milhões/ano. Esse levantamento contemplou, entre outros indicadores, o total de veículos parados, pessoas ociosas e pessoas por veículos.

            Segundo o diretor do Depi, Ézio Lacerda, a mobilidade é o que possibilita a plena realização das demais funções do indivíduo, ou seja, o deslocamento diário dos locais de moradia para ir ao trabalho e desenvolver atividades de lazer, esporte, educação. "Quanto menor o tempo gasto com os deslocamentos, agregando qualidade e eficiência, melhor a qualidade de vida dos cidadãos", resumiu. Segundo ele, a pior consequência da "mobilidade da exclusão" é que se promove um ciclo vicioso de segregação urbana das pessoas de baixa renda, além de provocar dispersão urbana e má prestação de serviços.

                O secretário de estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, Marcelo Lima Filho, disse que o estudo mostra o alto preço que a sociedade paga pela inexistência de um sistema integrado de transporte que comporte demandas de massa. "O que os números não mostram é a perda da qualidade de vida. Hoje, as pessoas gastam mais tempo se deslocando entre casa e trabalho, ao invés de aproveitar mais horas com a família", ressaltou.


Fotos: Roberto Carlos /AGECOM

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