Cerca de 4,8% é a taxa de infecção hospitalar registrada no Hospital Universitário Francisca Mendes (HUFM), abaixo da média registrada pela Organização Mundial de Saúde, que é de 5% de notificações. No Brasil a taxa é de 15,5%. Para assumir a marca, a unidade de saúde, referência no Estado do Amazonas em cirurgias cardíacas, adota meios que agem no sentido de reduzir os números de contaminação de pacientes pós operados no hospital. Um dos procedimentos é a instalação do Ambulatório de Egressos, no qual o paciente é submetido ao tratamento contínuo e eficaz, durante o período pós cirúrgico, por meio de consultadas agendadas, acompanhamento nutricional, psicológico e do especialista do ambulatório.
O Hospital Francisca Mendes é o primeiro de Manaus a adotar um espaço restrito com a finalidade de promover a reabilitação do paciente, e ainda evitar o risco de contrair infecções provenientes de outras unidades de saúde. Segundo a enfermeira Anathuza Veiga, que integra a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Francisca Mendes, o Ambulatório de Egressos impede a aglomeração de pacientes pós operados nos corredores da unidade e, diante de alguma emergência, o local torna-se a primeira opção de busca por atendimento.
A enfermeira do Ambulatório de Egressos, Luna Cohen, ressalta que o novo serviço, implantado há menos de três meses, recebe uma demanda de 30 atendimentos por dia, o que representa um aumento de 40% de pacientes pós operados que retornam à unidade. "O aumento da demanda e a recuperação de pacientes crônicos comprovam os resultados positivos obtidos com a implantação do ambulatório", resume.
A Comissão Estadual de Controle de Infecção Hospitalar do Amazonas (Ceciha) em parceria com a CCIH trabalha no sentido de divulgar o Ambulatório de Egressos, por meio de palestras em outras unidades hospitalares que prestam atenção à saúde pública.
Reforço à saúde pública
No Hospital Universitário Francisca Mendes a seguridade ao paciente pós operado é reforçada com adequações da unidade às regras estipuladas pelo Manual de Cirurgias Seguras Salvam Vidas, instituído pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo Anathuzia, um especialista treinado se posiciona dentro do centro cirúrgico com a finalidade de acompanhar o paciente desde a indução anestésica até o término da cirurgia.
"O especialista preeenche uma lista que funciona como um check list, onde consta informações gerais, como, tipo de tricotomia utilizado, controle glicêmico, se faz o uso ou não de antibióticos e se for necessário, o especialista também tem permissão para registrar a cirurgia por meio de fotografias", ressalta a enfermeira. Este procedimento permite a identificação do problema e sugere soluções para evitar as infecções hospitalares.
Implantado há três meses no hospital, o Manual de Cirurgias Seguras Salvam Vidas é colocado em prática apenas nas cirurgias cardíacas. Segundo a enfermeira, a meta para o ano de 2011, é ampliá-lo às cirurgias ginecológicas e vasculares realizadas no HUFM.
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