Ex-presidente Collor admite que bloqueio da poupança foi um erro

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da Agência Brasil
da Folha Online

O ex-presidente da República Fernando Collor de Mello, atual senador pelo PTB-AL, admitiu que o bloqueio da poupança, medida adotada por ele em 1990 a pretexto de conter inflação, foi um equívoco, e que "tropeços aconteceram" quando esteve na Presidência. As afirmações foram feitas hoje (18) durante a gravação do Programa 3 a 1, da TV Brasil.

"Naquela época, querendo fazer os ajustes de forma rápida, equivoquei-me. Certamente, eu não teria adotado um programa econômico que causasse tanto desassossego", disse. "Se tivesse outra chance, não teria bloqueado a poupança de pessoas físicas e jurídicas", completou.

Collor se recusou a classificar a medida como confisco. "A meu ver o que fizemos foi bloqueio [da poupança]", argumentou.

O ex-presidente admitiu ainda ter cometido outros "erros cruciais e fatais". Entre eles, citou "a falta de diálogo com a classe política e com [políticos e empresários de] São Paulo".

Plano Collor

Em 16 de março de 1990, um dia após tomar posse como presidente da República, Fernando Collor de Mello anunciou o Plano Collor, o maior choque da história da economia do país, que incluiu o bloqueio dos saldos da contas correntes e das cadernetas de poupança acima de Cr$ 50 mil (cruzeiros). Na conversão, NCz$ 1 (cruzado novo) passou a valer Cr$ 1.

O dinheiro retido ficaria no Banco Central por 18 meses, rendendo correção e juros de 6% ao ano. Nos meses seguintes, o governo permitiu o saque em certas situações (as chamadas 'torneiras'), como no caso do FGTS de quem fora demitido sem justa causa nos 30 dias anteriores ao plano.

Os salários foram reajustados em 72,78% em março, índice da inflação de fevereiro. O salário mínimo receberia trimestralmente a reposição da inflação, mais 5% de ganho real. Os preços voltaram aos níveis de 12 de março e foram congelados. Foram proibidos reajustes de preços sem autorização do governo antes de 15 de abril.

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