Ministério do Trabalho diz que irá revisar cartilha para profissionais do sexo

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Documento dá dicas de abordagem e satisfação do cliente.
Segundo jurista, riqueza de detalhes da cartilha é preocupante.



O Ministério do Trabalho disse nesta terça-feira (28) que irá rever a cartilha sobre a profissão de prostituta, divulgada no site oficial do ministério. A profissão ganhou um código na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) há seis anos.

 

Veja o site do Jornal Hoje

 

A cartilha dá dicas de saúde e detalhes do passo a passo da prostituição: da abordagem à satisfação do cliente. As atribuições dos profissionais do sexo foram definidas em conjunto com associações de prostitutas.

 

No capítulo "Batalhar Programa" existem dicas como "seduzir com o olhar", "oferecer especialidades" e "elogiar o cliente" e ainda, "fazer strip-tease", "ajudar o cliente com carência afetiva" e "representar papéis". 

A riqueza de detalhes da cartilha preocupa o jurista Luiz Flávio Gomes. “O que está ali no site dá uma sensação de uma apologia ao delito de exploração da prostituição, portanto cabe ao Ministério Público, a quem nós temos que nos dirigir neste instante, pedir providências concretas e imediatas de ajustar os termos do que está dentro do site, para que ele não seja uma fonte estimulante de prostituição." 

A rede brasileira de prostitutas, que ajudou o ministério a elaborar o texto, diz que a polêmica não é nova. Desde 2002 as críticas reaparecem. “Nós não entendemos o porquê do retorno dessa discussão toda. Nós lutamos muito pelo direito de sermos reconhecidas como profissionais“, afirma a representante da rede brasileira de prostitutas, Carmen Lúcia Paz. 

No entanto, o Ministério do Trabalho decidiu atualizar a cartilha e, com isso, pode rever alguns termos e expressões. Um novo documento já está sendo negociado com a comissão nacional que representa os profissionais do sexo e deve ficar pronto em janeiro do ano que vem. 

Em nota, o ministério informou que o objetivo da CBO não é promover qualquer profissão e explicou que, sem a existência do código, os profissionais do sexo seriam incluídos em outras categorias, prejudicando as estatísticas oficiais e o desenvolvimento de políticas públicas específicas. 


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