OLIMPÍADA

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Scheidt terá um grande desáfio
(Foto: France Press)

Os fracos ventos de Qingdao são o maior adversário do único atleta brasileiro que poderá ser tricampeão olímpico nos Jogos de Pequim. Acompanhado de Bruno Prada, e com uma ajudinha extra da previsão do tempo feita pela Marinha que recebe do Brasil, Robert Scheidt começa a luta pela medalha de ouro na classe Star a partir das 2 horas (de Brasília) de sexta-feira.

A dupla chegou em Qingdao mais cedo do que os adversários porque, na preparação para a Olimpíada, foi na contramão da maioria, que preferiu treinar regularmente na China. Scheidt e Prada optaram por evitar o desgaste de diversas viagens ao Oriente e competiram na Europa, onde poderiam ganhar mais ritmo de regata do que na sede dos Jogos.

Nos primeiros 15 dias na raia olímpica, a dupla trabalhou duro para treinar, aprimorar a preparação física (precisavam atingir o peso ideal) e ajustar o barco às condições climáticas desfavoráveis - pouco vento e água com muita correnteza. 'Chegamos a algumas conclusões sobre as condições de ventos e correntes, Depois de muita análise, relatórios e reuniões diárias, conseguimos mapear como funcionam os daqui', conta Prada.

Segundo o velejador, a Marinha do Brasil está fornecendo a previsão do tempo e dos ventos de Qingdao aos brasileiros que estão defendendo o País. 'Usamos nos treinos para entender a margem de erro e confrontar com a fornecida pelo evento. A conclusão é que a previsão da Marinha é mais confiável que a local', assegura.

A torcida da dupla é por condições variadas de vento durante os dias de regata. Segundo eles, a maioria dos adversários optou por barcos versáteis, que rendem em diferentes situações, enquanto a Suíça resolveu arriscar e projetar sua embarcação especialmente para as situações de vento fraco e correnteza típicas de Qingdao. Se elas prevalecerem, terão grande vantagem sobre os rivais. 'Da minha parte, acho muito arriscado', diz Robert.

Ele adianta que a competição olímpica será difícil - vai requerer muita resistência ao forte calor, e paciência dos velejadores, por causa dos ventos fracos e das correntezas. Os outros brasileiros que estão competindo em Qingdao têm passado por dificuldades e estão longe da liderança de suas respectivas classes. Além disso, a introdução da regra da 'medal race', a regata da medalha, com peso maior na pontuação geral, torna a competição mais emocionante - impede que qualquer velejador garanta a medalha de ouro antecipadamente, como aconteceu, por exemplo, com Torben Grael e Marcelo Ferreira na Olimpíada de Atenas/2004, na própria Star.

Scheidt vai para sua quarta Olimpíada, em busca da quarta medalha. Na Laser, foi ouro em Atlanta/1996 e Atenas, e prata em Sydney/2000. Para Prada, será a estréia, e o proeiro não esconde uma certa ansiedade. O velejador revela que o companheiro tem sido muito útil nesta fase final de treinos, principalmente para lhe dar mais tranqüilidade.

SEM VENTO - Nesta quarta, a falta de vento provocou o adiamento de duas regatas, uma na classe Finn e outra na Laser. Eduardo Couto, da Finn, chegou em 14.º lugar na única regata do dia e está em décimo no geral, com 62 pontos, bem atrás do líder Ben Ainslie, com 19. Na Laser, o herdeiro de Scheidt, Bruno Fontes, chegou em 31.º lugar e está em 28.º na classificação, com 79 pontos - o primeiro é o italiano Diego Romero, com 14. As regatas adiadas serão disputadas na sexta, que deveria ser um dia livre para essas classes.

Nas outras classes as regatas foram disputadas normalmente. Na 470 masculino, Fabio Silva e Samuel Albrecht foram bem na primeira prova do dia, com o quarto lugar, mas foram desclassificados na segunda, por queimar a largada, e estão em 18.º lugar, com 71 pontos, contra 17 dos líderes, os australianos Nathan Wilmot e Malcolm Page. Na 470 feminino, Fernanda Oliveira e Isabel Swan subiram uma posição no ranking geral, com um sexto e um sétimo lugar no dia, e estão agora em nono, com 39 pontos, contra 13 das holandesas Marcelien de Koning e Lobke Berkhout.

Na 49er, André Fonseca e Rodrigo Duarte não foram bem e terminaram o dia na nona posição do ranking geral, com 61 pontos, após nove regatas. Nesta quarta foram três provas, com um quinto, um 11.º e um 12.º lugares. A liderança é ocupada pelos australianos Nathan Outteridge e Ben Austin, com 29 pontos

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