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Erasmo Linhares


Erasmo Linhares Erasmo do Amaral Linhares nasceu em Coari, a 02 de junho de 1934, e estudou no Grupo Escolar Plácido Serrano, quando foi aluno da professora Sebastiana dos Santos Pereira Braga, no Ginásio Amazonense Pedro II e na Universidade do Amazonas onde formou-se em Comunicação Social de cujo curso foi professor.
Seus primeiros escritos foram publicados nos jornais estudantis, ainda no Ginásio. Radialista, foi diretor da Rádio Rio Mar por longos anos, escrevendo diariamente, crônica radiofônica apresentada com temas da atualidade, de natureza política, social ou econômica. Foi contista. Autor de " O Tocador de Charamela ", lançado em 1ª edição em 1979, e em segunda edição em 1995, esta pela Universidade do Amazonas. O que se vê no livro Tocador de Charamelas são contos com narrativa limpa, direta, linguagem possivelmente herdada da prática profissional no rádio, em que tudo deve ser dito de forma compreensível mas em poucas palavras. De forma quase telegráfica. Como jornalista acompanhou dramas humanos, viu mitos serem destruídos, integrou grupos críticos ainda na juventude e, estando sempre inteirado e próximo dos acontecimentos e com clara visão do cotidiano, parece ter conseguido reunir contos sintonizados com a necessidade de refletir este cotidiano angustiante e dramático. O que propõe como título e insinua ser o conjunto da obra não reflete o conteúdo e os temas explorados. Seu livro, verdadeiramente, não é uma orquestra desafinada, mas ficou nas prateleiras alguns anos, à espera de estudos e avaliações. É com ele e outros poucos que, a meu ver, o Clube da Madrugada como movimento literário e não como associação institucional de escritores retoma o fio mais puro de sua proposta inaugural ou, pelo menos, se põe diante do público. Situações pessoais podem estar nos limites da sua angústia e sufocação, e o veio do jornalista-radialista há de ter impelido o escritor para um discurso inconformista.
Homem simples, de andar arrastado, professor por todos acolhido no curso de Comunicação Social da Universidade federal mostrou-se resistente às suas próprias dificuldades pessoais, mas a sua produção literária poderia ter sido extensa e densa, bastando que publicasse as crônicas radiofônicas, as memórias de jornalista e as aulas esquemáticas. Integrou o Conselho Consultivo de Cultura, quando com ele convivi mais intensamente, acompanhando suas preocupações com as questões sociais e com o verdadeiro papel da imprensa. Faleceu em Manaus.

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