Ucraniana descreve fuga de 'inferno aterrorizante'

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Legenda da foto, MSF tuitou fotos da destruição causada
O cessar-fogo temporário que havia sido acordado entre Kiev e Moscou e que fracassou tinha como objetivo criar uma rota segura para que civis pudessem fugir de duas cidades ucranianas, entre elas Mariupol.

A BBC News conversou com Diana Berg, que fugiu de Mariupol na quinta-feira (3/3).

Em entrevista ao programa Today, da Radio 4, ela descreveu a experiência de escapar de um "inferno horrível e aterrorizante".

"Na manhã de ontem, era o terceiro dia de apagão total. O bombardeio era constante", afirmou.

Tudo, dos jardins de infância aos hospitais, foi atingido, contou ela.

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A eletricidade foi cortada - o que significa que não havia aquecimento, água corrente ou conexões, e nenhum combustível nos postos de gasolina. As pessoas ficaram em prédios frios e escuros.

"Quando há um bloqueio total, um apagão total, você não tem condições de saber o que está acontecendo. A única notícia que você recebe é a direção do bombardeio - seja à direita ou à esquerda."

Sair da Mariupol foi uma "missão suicida", diz ela. "É um milagre que estejamos vivos."

Ela e o marido escaparam de carro, o tempo todo pensando que seriam fuzilados ou presos. Na saída, eles encontraram duas linhas de forças russas.

Eles viram máquinas russas - "não tanques, mas grandes máquinas de guerra armadas" - cruzando as estradas para ir aos campos.

"Nós nos esprememos entre duas delas muito rápido. Eles apontaram seus (braços) para nós... mas não atiraram", diz ela.

"Mariupol era um símbolo de resistência... era um sinal de como a Ucrânia não está desistindo", acrescenta Diana. Mas agora a Rússia está apenas "esmagando-a".

"Eles não querem ocupá-la", diz ela. "Eles querem que ela se renda. Eles só querem ela morta."

Mariupol foi atacada pela Rússia nos últimos dias

O cessar-fogo anunciado para o 10º dia da guerra na Ucrânia fracassou, com ambos os lados se acusando de violar o acordo, enquanto os bombardeios russos continuam em cidades do país.

O vice-prefeito de Mariupol disse que decidiu retirar as pessoas das ruas e interromper a evacuação da cidade, pois a cidade não está segura.

Serhiy Orlov afirmou à BBC que há bombardeios contínuos em Mariupol e ao longo da rota de evacuação acordada, perto da cidade de Orikhiv.

Mariupol é uma importante cidade portuária de cerca de 450 mil habitantes e está sitiada pelas forças russas há vários dias.

Também ocorreram intensos combates em Volnovakha - onde também foi acordado um cessar-fogo temporário.
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