Amazonas se prepara para aderir carros movidos a gás natural

    Cinco postos de combustíveis já estão operando com gás natural em Manaus, dois dos quais inaugurados no final de março pelo governador José Melo
Cinco postos de combustíveis já estão operando com gás natural em Manaus, dois dos quais inaugurados no final de março pelo governador José Melo (Euzivaldo Queiroz)
Com a maior reserva de gás natural off shore (fora do mar) do Brasil, com 74.486,06 milhões de metros cúbicos, o Amazonas se prepara para um novo desafio na próxima década: expandir o uso do Gás Natural Veicular (GNV) aos condutores do Estado.
A Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), que traz o gás canalizado bacia do Solimões, na região central do Estado, lançou este mês uma campanha para incentivar o uso do GNV em veículos automotores que oferece bônus de R$ 1 mil para quem fizer a conversão para a matriz energética. A partir da campanha e a perspectiva de novos negócios com o gás natural, a Cigás estima aquecer o mercado do GNV e vislumbra o registro de 50 mil veículos convertidos em uma década.
“É uma meta conservadora, bem modesta. É uma meta com base em estudos estáticos. Podemos chegar lá até antes de uma década, considerando fatores como aumento da gasolina e possibilidade de nossa tarifa não ter grandes aumentos”, comentou o diretor da Cigás, Lino Chíxaro.
Até o mês de fevereiro deste ano, 1.649 carros convertidos foram registrados pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-AM).
Destes veículos que utilizam a matriz do gás, 80% são taxistas. Com a campanha, a Cigás pretende democratizar o GNV para usuários domésticos e para outras categorias que trabalham com transporte.
A campanha tem como objetivo incentivar a conversão de carros atendendo o total da meta estabelecida para o encerramento da mesma: 250 veículos, sem contar o incentivo natural aos demais motoristas interessados em aderir a um combustível mais vantajoso.
A Campanha entitulada ‘GNV Fazendo + Por Você’ tem como objetivo consolidar o GNV como “alternativa mais econômica, segura e ambientalmente adequada de combustível no Amazonas”, aquecendo o mercado do gás natural para o segmento automotivo ao oportunizar o aumento da oferta (postos) e demanda (carros convertidos) no Estado.
Como aderir
O motorista de qualquer tipo de veículo leve pode participar. Ele deve ler o regulamento da campanha no link www.cigas-am.com.br/campanhagnv/regulamento.html, converter o veículo em uma das cinco oficinas autorizadas pelo Inmetro em Manaus, atualizar a documentação e realizar uma vistoria no Detran e, por fim, entrar em contato com a Cigás através do 0800 723 3202 para agendar a entrega da documentação conforme regulamento. Estando conforme, o condutor receberá um cheque no valor de R$ 1 mil para compensar o investimento da conversão.
Atualmente a conversão para gás de um carro popular está custando de R$ 4 mil a R$ 5,5 mil. A Cigás estuda uma parceira com a Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) para estender o financiamento para conversão do gás para condutores comuns.
O estímulo ao uso do gás veicular leva em conta aspectos econômicos e ambientais, uma vez que o gás natural é até 50% mais econômico que os demais combustíveis e o menos poluente entre eles.
No ano passado o Amazonas consumiu 158.686 mil metros cúbicos de gás natural e 26.094 nos três primeiros meses deste ano, na forma de GNV (gás natural veicular) e GLP (gás liquefeito de petróleo).
Proposta de atrair novos negócios com o gás
Com capacidade de receber 13 milhões de metros cúbicos de gás por dia via gasoduto, governo planeja usar o gás como incentivoAs reservas de gás natural exploradas pela Petrobras na região nas bacias do Solimões e do Amazonas, no Centro do Estado, são suficientes para abastecer o consumo interno nos próximos 100 anos. O próximo desafio para a empresa é monetarizar o gás em outras finalidades.
A Cigás tem 5,5 milhões de metros cúbicos por dia contratados da Petrobras que são transportados por mais de 300 quilômetros através do gasoduto Coari-Manaus, sendo que chegam, em média, ao destino 3,8 milhão. Desses, 3,7 milhões são consumidos pelas usinas termelétricas e 100 mil são destinadas ao comércio (90% não termelétricas e 10% GNV).
“Só vem aquilo que é consumido. Temos uma oferta segura com capacidade para 13 milhões de metros cúbicos/ dia”, explicou Chíxaro.
Há em curso uma proposta do governo do Estado de atrair novos investidores em negócios que utilizem o gás natural como matriz energética, como polos petroquímico, indústria de cerâmica e vidro, atraindo esta oferta aos incentivos da Zona Franca de Manaus (ZFM)
De acordo com o Boletim Mensal de Produção, na Agência Nacional do Petróleo (ANP), em 2014, o Amazonas produziu 74.486,06 milhões de metros cúbicos de gás natural, extraído das bacias do Amazonas (5.549,83 milhões m3) e do Solimões (68.936,22 milhões m3). Em 2013 foram produzidos 86.963,30 metros cúbicos de gás.
No ranking nacional só perde para os estados do Rio de Janeiro (555.331,90 milhões m3 em 2014), Espírito Santo (90.662,52) e São Paulo (75.227,17).

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