Obama, Dilma, Serra e a covardia

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O meu assunto hoje será sobre o preço que se paga quando se tem medo de ousar. Quem perde a capacidade de se antecipar perde espaço e, consequentemente, o poder.

O ex-candidato do PSDB, José Serra, teve medo de confontar suas ideias com seus adversários, porque temeu a magnífica popularidade do presidente Lula e pagou preço alto nas urnas. Ele também foi derrotado porque não conseguir dizer: "sou oposição, sim, e por estas e aquelas razões".

Serra foi intelectualmente covarde. Foi incompetente para tocar o projeto alternativo ao do governo. Serra se restringirá agora a ser um líder regional, ou ainda nacional, se o senador eleito Aécio Neves sair do PSDB e for, por exemplo, para o PSB. Só restará a Aécio atropelar Serra. O mineiro terá coragem de fazer isso?

A lição amarga imposta a Serra nesta disputa vale para a presidente eleita Dilma Rousseff, que começou muito bem a sua caminhada rumo ao Palácio do Planalto. Ela fez um discurso amplo mas construtivo, acenou com a bandeira branca, fez as pazes com os donos da mídia e as igrejas e definiu rumos iniciais.

Ela foi sábia em não tripudiar a oposição derrotada. Dilma terá tempo para ousar, mas isto terá que ser logo em 2011. Antes, ela terá que fazer o dever de casa: enfrentar a guerra cambial, cortar gastos, controlar a inflação e estabelecer um elo de confiança entre o seu governo e os setores produtivos. A turma do agrobusiness não votou nela.

Tudo indica que Dilma está bem assessorada para seguir a agenda descrita no parágrafo anterior. Mas se demonstrar medo - o que não parece ser o ser perfil - ela colocará tudo a perder.

Para ser fiel ao título, falta o meu pitaco no que foram estes 2 anos de Barack Obama na Casa Branca. Ele herdou um caos de Bush, mas foi medroso para romper com o passado. Ele preferiu aderir àquela velha política de administrar mais do mesmo. Vai pagar o preço nas urnas.

Será que Obama terá garrafas para vender nesta eleição legislativa? São 435 cadeiras da Câmara dos Representantes, 37 das cem vagas do Senado, além do governo de 37 estados. Os republicanos não darão mole para os democratas. Não precisava ser assim, mas a inépcia do governo Obama permitiu que o cenário atual fosse construído naturalmente.

A minha aposta é que Barack Obama perderá a eleição e verá arrancada das suas mãos a bandeira da agenda política dos dois próximos anos. Ele perdeu a oportunidade histórica de tornar-se um estadista. Se continuar com sua covardia diante de novos rumos não emplaca nem a sua indicação dentro do partido para concorrer à própria reeleição. Hillary já pode mandar fazer os santinhos.

O eleitor, a rigor, não suporta líder frouxo. Ele apoia quem dá o passo à frente e diz: "Avante, é por aqui que vamos!". Seguir o líder é o princípio básico de quem não suporta a mesmice.

A certeza do rumo seguir sempre supera o medo. Ninguém precisa ser Maquiavel para saber disso.

FONTE: Blog do Sidney. Clique aqui e visite.





DANIEL MACIEL
BLOG COARI EM DESTAQUE
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