Sepror inaugura primeira indústria de “Bacalhau da Amazônia”

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O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) inaugurou nesta quinta-feira, 1, em Maraã (a 635 km de Manaus), a primeira indústria de salga de pirarucu da América Latina. A fábrica possui capacidade para receber cinco toneladas de pirarucu diariamente. Desse total, 60% do peixe é transformado em mantas (filé), dos quais 65% são aproveitados pelo processo de salga. O resultado é o chamado “bacalhau da Amazônia” A unidade de beneficiamento também está apta a trabalhar com outros peixes, como o aracu e o curimatã.

A obra é resultado de um investimento R$ 1,049 milhão, por meio de um convênio com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), com recursos federais obtidos por meio da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

Participaram da solenidade de inauguração, o secretário da Produção Rural, João Ferdinando Barreto, o prefeito de Maraã, Dilmar Santos, o deputado estadual, Eron Bezerra e o ex-deputado estadual, José Lobo.

O titular da Sepror, Ferdinando Barreto, afirma que a indústria irá movimentar a economia do município, gerando, pelo menos, 2,5 mil postos de trabalho indiretos para abastecer a unidade, além dos 100 funcionários que atuarão diretamente, divididos em 3 turnos, no período da alta safra.

“Todas as pessoas envolvidas no processo de salga serão treinadas por funcionários da Secretaria Executiva de Pesca e Aquicultura (Sepa), vinculada à Sepror”, afirma o secretário. “Atualmente, o pirarucu é comercializado em Maraã no valor de R$ 4 a R$ 5,50 o quilo. Após o processo de salga do peixe, poderá ser vendido ao preço de R$ 25 a R$ 40, agregando valor ao produto e gerando renda aos moradores da região. Além disso, o pirarucu já sairá com o Selo de Inspeção Federal (SIF), podendo ser comercializado em todo o território nacional”, explica.

O município foi escolhido para o funcionamento da unidade em virtude da proximidade com a reserva de Mamirauá, que é uma das oito áreas no Estado onde o manejo sustentável do Pirarucu é praticado.

A gestão da indústria será participativa, ou seja, haverá parceria entre governo do Estado, Sepror e as organizações representantes de classe dos pescadores profissionais, afirmou o Secretário Executivo de Pesca (Sepa), Geraldo Bernardino.

Beneficiamento

O Bacalhau é um subproduto, gerado por meio do processo de beneficiamento, nos moldes do que ocorre com o bacalhau europeu. Na seqüência do beneficiamento, ocorre a escamagem. Após a remoção da escama remove-se manualmente da tela todas as escamas. Depois, ocorre o descabeçamento.

Da cabeça, remove-se a língua utilizada na produção de artesanato. Então, é realizada a evisceração. Do fígado, vesícula, coração e pulmão, extraem-se patês, óleos, farinhas e extratos. Em seguida, é feita a filetagem (corte em manta). Do processo, obtêm-se dois grandes filés, que passarão pelo processo de salga, agregando alto valor através de processo igual ao do bacalhau na Europa.

“Daqui a vinte anos, mesmo que eu nem esteja mais vivo, essa fábricas continuarão gerando emprego e renda para o homem do interior”, afirmou Barreto. Ações como esta da Zona Franca Verde dão a certeza ao pescador e piscicultor amazonense, de que levando seu produto às portas dessa fábrica, o pescado será comprado por um valor digno pelo seu trabalho.
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