PT responde à crise vetando doações de empresas a seus diretórios

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Partido anunciou novo tesoureiro e, pressionado pela oposição, se antecipou à reforma política ao estimular as doações de pessoas físicas.


Mergulhado em uma crise que ameaça sua própria existência, o PT decidiu tomar uma decisão surpreendente na sexta-feira 17 ao proibir que seus diretórios recebam doações de empresas. A medida é um recado à parcela da sociedade que defende o fim do financiamento privado de campanha e acontece dois dias depois da prisão de seu ex-tesoureiro João Vaccari Neto, suspeito de receber propina em nome do partido em um esquema de corrupção envolvendo diversos partidos na Petrobras.

De acordo com o presidente da legenda, Rui Falcão, apenas os candidatos do PT estarão autorizados a receber doações empresariais nas próximas eleições. Para diminuir a dependência do empresariado, os diretórios passarão a estimular a contribuição de pessoas físicas. Simpatizantes e filiados receberão e-mails e mensagens no celular com pedidos de doações que variam de 15 reais a mil reais.

A orientação está em um documento divulgado pelo Diretório Nacional, que passa a valer imediatamente, mas que será votado em junho no congresso nacional do partido. Falcão admite que o desenrolar da Operação Lava Jato, que investiga esquemas de corrupção na Petrobras, já reduziu o volume de doações por parte do empresariado, mas nega que haja “mácula” nas contribuições recebidas pela sigla até agora.

Além dessa decisão, o PT anunciou o nome de seu novo tesoureiro, o ex-deputado Marcio Macedo (PT-SE). Esperava-se que o novo ocupante do cargo fosse provisório, mas o presidente petista garantiu que o sergipano foi efetivado no cargo.

Futuro

A medida tenta responder à crescente pressão contra o PT e a presidenta Dilma Rousseff. Com a prisão de Vaccari, a oposição elevou o tom das acusações. Em nota, Ronaldo Caiado afirmou que a sigla "não tem credenciais de partido político, e sim de lavanderia". "Diante desse cenário, tudo caminha para que o PT perca o registro de partido político", afirmou.

Pressionada pelos atos contra Dilma Rousseff e diante do agravamento da crise envolvendo o PT, a oposição também está disposta a apostar suas fichas em um pedido de impeachment contra a chefe do Executivo. Na quarta-feira 15, cinco partidos de oposição  decidiram agir conjuntamente a respeito da remoção da presidenta e, agora, buscam uma forma de incriminar Dilma. O gabinete do senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, foi a sede do encontro dos oposicionistas. O tucano recebeu Roberto Freire (PPS), o senador José Agripino Maia (DEM), o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD) e José Luis Penna (PV).

Juntos, decidiram coordenar suas ações a respeito do possível pedido de impeachment de Dilma. “Estamos sim encomendando estudos jurídicos junto a alguns dos mais renomados juristas brasileiros para compreender se, dentre tantas denúncias, houve crime de responsabilidade cometido pela presidente da República que possa embasar um processo de abertura de investigação e, portanto, de impeachment”, afirmou Aécio.
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