Trump assina ordem para manter crianças migrantes detidas junto com os pais




Após dias de controvérsia e críticas, o presidente americano, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (20) que irá acabar com a separação de famílias na fronteira, que afastou pelo menos2.000 crianças imigrantes de seus pais desde abril.

Trump assinou uma ordem executiva, uma espécie de decreto presidencial, para manter as famílias unidas. O documento determina que elas fiquem em um mesmo centro de detenção, o que pode gerar contestação legal sobre a decisão.

O presidente americano disse que a separação de pais e crianças foi efeito colateral indesejado da política de tolerância zero contra a entrada de imigrantes ilegais nos EUA. Ele reiterou, no entanto, que será mantida a orientação de processar criminalmente os ilegais.

"Trata-se de manter as famílias unidas ao mesmo tempo em que temos uma fronteira muito forte, muito poderosa", disse o republicano, após a assinatura.

Ele afirmou não ter gostado das cenas de separação das famílias repetidas continuamente pela mídia dos EUA nos últimos dias —para Trump, qualquer pessoa "com coração" reagiria de forma parecida.


N​a manhã desta quarta-feira, o republicano já havia falado que o governo pretendia manter as famílias unidas, mas que era preciso fortalecer as fronteiras.

"Temos que manter a linha-dura, ou nosso país será invadido por pessoas que não deveriam estar no nosso país, pelo crime, por todas as coisas que não queremos."

A divulgação das histórias de crianças separadas dos pais e a difusão de imagens de adolescentes em centros de detenção que mais parecem jaulas criaram uma crise de grandes proporções para Trump e os congressistas republicanos.

A decisão chama atenção porque  Trump não costuma recuar diante de pressões externas —pelo contrário, muitas vezes ele dobra a aposta.

Segundo a agência de notícias Associated Press, a primeira-dama Melania Trump teve papel importante nessa mudança de rota. Ela teria deixado claro para o mandatário, já há algum tempo, que era necessário tomar medidas para que as famílias continuassem juntas —fosse por meio de uma ação do presidente, fosse via Congresso.

Imigrantes que cruzam a fronteira dos EUA com seus filhos têm sido separados com mais intensidade desde abril, quando o governo Trump anunciou a tal política de tolerância zero contra a travessia ilegal.

Pelas novas práticas, os pais são processados criminalmente, o que não ocorria antes, e enviados a presídios federais. Já as crianças, que não podem ficar nesses estabelecimentos, vão parar em abrigos mantidos pelo governo.
 
Pelo menos 49 crianças brasileiras estão nessa situação, como mostrou reportagem da Folha.
 
Nesta quarta, o presidente americano —que havia lamentado a prática, mas defendera que o governo estava cumprindo a lei– voltou a afirmar que parte dos imigrantes usa as crianças como "passaportes" para chegarem aos EUA.
 
"Há pessoas horríveis, em alguns casos, usando essas crianças como ingresso, como passaporte para chegar ao país", declarou.
 
Trump disse que os republicanos querem segurança para os EUA, mas também "têm compaixão" e querem reunir as famílias.


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