Preso, quarto suspeito de matar vocalista da 'Júnior e Banda' confessa crime no AM

Evenilson de Oliveira Ferreira, 19, conhecido como 'Mistério', disse que o cantor foi morto por engano; traficante de Coari seria alvo de crime.

Por Ive Rylo, G1 AM

15/06/2017 14h32 Atualizado há 2 horas

"Peço desculpas para a família e amigos pelo que aconteceu", se disse o suspeito de mandar assassinar o cantor Melvino de Jesus Júnior, da banda "Júnior e Banda", na manhã desta quinta-feira (15). O suspeito Evenilson de Oliveira Ferreira, 19, conhecido como "Mistério", foi preso na noite de quarta-feira (14). O cantor foi assassinado no 29 de março deste ano, em Codajás, a 240 km de Manaus, local em que Melvino foi fazer um show.

O suspeito foi encontrado por policiais dentro de um veículo, na Avenida Efigênio Sales. Ao ser abordado, ele se rendeu e se entregou.

"Estamos desde a sexta-feira monitorando os possíveis locais onde ele estaria. De noite, conseguimos prendê-lo no trânsito. Foi uma ação cirúrgica, sem nenhum disparo efetuado e ele foi encaminhado para delegacia de homicídios", disse o delegado da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (Dehs), Juan Valério.

Para os investigadores, "Mistério" foi o mandante e mentor intelectual do crime assim como Marcos Ribeiro Ramos, que permanece foragido. Apesar de ele confessar o crime, o suspeito afirma que a intenção não era matar o cantor e sim um traficante de Coari.

"Ele não teve dificuldade de confessar o seu delito. Todos eles falam que o cantor não era o alvo, e sim o traficante. Perguntamos o motivo da ameaça e ele se calou. Na verdade, eles não querem ligar isto ao tráfico, porque estaria caracterizado associação criminosa e seria mais um crime que ele iria responder", disse o delegado Juan Valério.

"Mistério" teria contratado dois pistoleiros, Henrique Silva da Silva, 22, conhecido como "Kinho" - preso no dia 13 de junho - e Fábio Barbosa de Souza , o "Índio" - que esta foragido - para cometer o delito. Ele prometeu pagar 1 quilo de droga que seria dividido entre os dois pistoleiros.

Durante a coletiva, "Mistério" se mostrou arrependido e pediu perdão para a família com cantor. "Peço desculpa. Perdão só vem de Deus, não vem da família", disse.

Ele afirmou que o alvo era um traficante que atua em Coari. Mistério diz que recebia ameaças de morte. "Qualquer coisa que acontecia em Coari era eu (o culpado). Morreu um pessoal e ele ( traficante) achou que a culpa era minha e mandou me matar. Eu resolvi matar ele, se não eu ia morrer", disse.

O suspeito disse, ainda, que os homicídios não foram motivados pelo tráfico de drogas. "Não foi por conta do tráfico de drogas (a morte do cantor), foi por conta da bronca de Coari. Já tinham mandado me matar. A intenção era matar o traficante, e não o cantor", afirmou.

Familiares do cantor acompanharam a coletiva. Nenhum deles quis falar com a imprensa.

Corpo exumado

O corpo do cantor, enterrado no dia 1º de maio na capital, foi exumado na manhã de segunda (12). Em seguida, os restos mortais foram levados para perícia complementar no Instituto Médico Legal (IML). O delegado Juan Valério, titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), disse que a medida foi necessária para retirar as balas do corpo de Melvino, a fim de esclarecer dúvidas que surgiram no Inquérito Policial (IP) em torno do caso.

Entenda o caso

Segundo a polícia, Evenilson de Oliveira, "Mistério", e Marcos Ribeiro Ramos teriam arquitetado a morte do suposto traficante de Coari. Contudo, a articulação deu errado e o cantor Melvino acabou morto.

Eles teriam entrado em contato com Josinei Oliveira, o "Dentinho", para contratar pistoleiros em Manaus. "Dentinho" contratou Henrique Silva da Silva, 22, conhecido como "Kinho", e Fábio Barbosa de Souza, "Índio". Também teriam participado da ação, um homem identificado como "Kailson", da cidade de Coari, e 'Vanzinho', de Codajás.

Desses, permanecem foragidos Marcos Ribeiro Ramos, Josinei Oliveira e Fábio Barbosa, o Índio. Todos os outros suspeitos foram presos por suspeitas de envolvimento no crime.

MANAUS


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