Amazônia Conectada vai levar Internet a 50 municípios do Amazonas

Lançamento do cabo de subfluvial de fibra óptica que interligará duas unidades do Exército em Manaus como projeto-piloto. Foto: Izabel Santos/Portal Amazônia

MANAUS
 – Um dos desafios da Amazônia Legal diz respeito à integração dos municípios, entre si e ao restante do País. Até 2017, e ao custo de R$ 1 bilhão, este obstáculo deve ser superado no Amazonas. O Exército Brasileiro está na liderança do Programa Amazônia Conectada, que criará cinco infovias, rotas formadas por uma rede de cabos subfluviais de fibra óptica por meio dos rios da região. A espinha dorsal do projeto foi lançada no rio Negro, em Manaus, na manhã desta quarta-feira (8). A iniciativa abrangerá 50 municípios do estado. Segundo o Comando Militar da Amazônia, a presidente Dilma Rousseff virá à Manaus no final do mês de abril inaugurar oficialmente o programa.
O Amazônia Conectada aproveitará as estradas naturais da Amazônia, os rios, para levar Internet aos municípios da Amazônia Ocidental sem o serviço. Os cabos serão levados aos maiores municípios das calhas dos principais rios do Amazonas. A partir dali, o sinal será distribuído e o cabeamento estendido aos municípios menores. As regiões do Médio e Baixo devem ser alcançadas pelo programa através do Linhão de Tucuruí, mas somente após 2017.

Barco que realizou o lançamento do cabo de subfluvial de fibra óptica do projeto-piloto em Manaus . Foto: Izabel Santos/Portal Amazônia
A implantação do projeto será dividida em partes. Na primeira, que já está em andamento e dividida em duas etapas, será aproveitada a estrutura do gasoduto Manaus – Coari para levar a fibra óptica até o interior do Amazonas. A etapa seguinte, abrangerá o trecho entre os municípios de Coari e Tefé e deve ser concluída até dezembro deste ano. A partir daí terá início uma outra parte do programa que abarcará as cidades entre Tefé e Tabatinga.
Ao todo, serão cinco infovias: do Rio Negro, do Solimões, do Madeira, do Purus e do Juruá. A gestão da transmissão de dados através da estrutura ficará a cargo da Telecomunicações Brasileiras S.A. (Telebrás) e da Empresa de Processamento de Dados Amazonas (Prodam). “Até 2017 nós teremos em torno de 8 mil quilômetros de vias fluviais mobiliadas com fibra óptica subfluvial levando a comunicação em banda larga e com velocidade até as regiões do Alto Rio Negro, Alto Solimões, Madeira, Juruá e Purus”, garante o Comandante Militar da Amazônia, general Guilherme Theophilo. “Os cabos de fibra óptica facilitarão serviços de saúde, educação e cultura”, acrescenta.

General Guilherme Theophilo, Comandante Militar da Amazônia. Foto: Izabel Santos/Portal Amazônia
Infovias

As maiores infovias serão as do Solimões (entre Tefé e Tabatinga) e Purus (entre Beruri e Boca do Acre), com 2.091 quilômetros (km) e 2.220 km, respectivamente. O financiamento do programa terá o custo total de R$ 1 bilhão. Mas o aporte financeiro para a conclusão de todo o projeto ainda não está garantido. As etapas entre Manaus e Coari e Coari e Tefé serão financiadas pelo próprio Exército, com recursos do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron).
“Ainda está em estudo quem vai custear o programa. Até Tefé, é feito através do Sisfron. A partir daí o Exército está realizando tratativas”, revela o comandante 4º Centro Telemático de Área do Comando Militar da Amazônia (4º CTA-CMA), Coronel Marcelo Corrêa. “Acredito que quando o projeto estiver em funcionamento e o os benefícios forem vistos, será mais fácil conseguir o financiamento”, disse otimista.
Na capital, o projeto-piloto liga o 4º CTA-CMA, localizado no bairro Ponta Negra, à 4ª Divisão de Levantamento (4ª DL-CMA), no bairro Compensa, por meio de um cabo subfluviais de fibra óptica de aproximadamente 10 km. “Este é um projeto que está funcionando como um laboratório de pesquisa para que possamos tirar ensinamentos e concluirmos, até o fim do ano, o projeto de Coari até Tefé”, avalia o general Guilherme Theophilo.
Tabela com nomes, origem e valores estimados das infovias. Arte: Victor Gabriel/Portal Amazônia
Pioneirismo e baixo impacto ambiental
Segundo o diretor da empresa Padtec, responsável por lançar os cabos nas águas, Mário Vassalo, a iniciativa é pioneira na Amazônia. “É uma tecnologia nova, porque o ambiente é diferente. Temos experiência com lançamento de cabos em mar, mas em rio é a primeira vez”, explica Mário Vassalo. “Estamos em busca da rota mais segura para que a estrutura conviva com a natureza e não lute contra ela”, acrescenta.
O impacto ambiental também é baixo, ou no mínimo menor que a instalação de postes em áreas protegidas no estado. É o que garante o autor e gerente do projeto, Guilherme Moraes. “No leito do rio o impacto é zero”, assegura. A iniciativa também se beneficia pela ausência de legislação específica.

Guilherme Moraes, autor e gerente do projeto do Programa Amazônia Conectada. Foto: Izabel Santos/Portal Amazônia

Nas regiões do Baixo e Médio Amazonas, o Amazônia Conectada alcançará os municípios pelo Linhão de Turucuí. “A ideia é integrar todos os grandes projetos que temos no Amazonas como o gasoduto de Coaria, o Linhão de Tucuruí e o Programa Amazônia Conectada”, revela.
O impacto ambiental e a resistência dos cabos de fibra óptica serão estudados pelos próximos 25 anos. Pesquisadores e especialistas de universidades do Amazonas estão colaborando com o programa. Características e propriedades como correnteza do rio, PH, profundidade, banzeiro, chuva e até efeito de temporais serão monitoradas.

1 Comentários

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  1. Cadê essa fibra otica que não funciona aqui em coari

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