Governos do Amazonas e de Cuba discutem cooperação na área de piscicultura


Os Governos do Amazonas e de Cuba estão iniciando tratativas para firmar uma cooperação científica e econômica na área de piscicultura. Os primeiros passos do acordo foram discutidos nesta segunda-feira, 23 de março, entre o governador José Melo e a ministra da Indústria de Alimentos de Cuba, Maria Del Cármen González, que está em viagem ao Brasil buscando fortalecer as relações bilaterais. Além da parceria na criação de peixe, Cuba está abrindo diálogo para investimentos no setor industrial da Zona Franca de Manaus.
Com amplos investimentos na piscicultura, fomentados pelo Governo do Estado, o Amazonas é reconhecido como parceiro ideal para os cubanos iniciarem a experiência da criação de peixe em cativeiro em água doce. De acordo com a comitiva cubana, o país, que tem grande dependência da importação de alimentos, vem enfrentado problemas ambientais e está revisando a legislação sobre a pesca marítima, estudando regras semelhantes às brasileiras que criaram período de defeso. Experiências de criação em cativeiro de espécies marinhas também estão em andamento.
Conforme informações do governo cubano, o país pretende estudar a adaptabilidade ambiental e a capacidade de industrialização de espécies amazônicas como o pirarucu, tambaqui e matrinxã nos rios de Cuba. A tecnologia de produção das espécies está dominada no Amazonas, como resultado dos investimentos feitos pelo Governo do Estado. Segundo José Melo, as expectativas são positivas.
Durante o encontro com a comitiva cubana, o governador também destacou as possibilidades de investimento nas áreas industrial e na produção de alimentos. Além da ministra, participavam do grupo a embaixadora de Cuba no Brasil, Marilena Ruíz Capote, o cônsul de Cuba em Manaus, Turcios Miguel Esquivel, e representantes das maiores empresas do setor de bebidas e alimentos.
Prioridade – José Melo enfatizou que a produção de peixe em cativeiro é uma das prioridades da sua gestão. Além de oferecer alternativa econômica para o interior, o modelo tem forte apelo ambiental e contribui para a manutenção da cobertura florestal. "Há espaço grande para as empresas virem aqui produzir alimentos, principalmente peixe", frisou o governador.
Um grupo técnico para cuidar das negociações será criado pelo Governo do Estado, envolvendo as Secretarias de Fazenda (Sefaz), Planejamento, Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Seplanct), Produção Rural (Sepror) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA). "Todos os embaixadores que vêm aqui têm esse interesse na produção de alimentos, que juntamente com água é uma das grandes preocupações mundiais. O Amazonas é fundamental. Isso nos dá animo de que mais cedo que o esperado teremos os investimentos necessários. Temos peixes de excelente qualidade, com grande quantidade de proteína", disse José Melo.
De acordo com ministra da Indústria de Alimentos de Cuba, Maria Del Cármen González, a meta é firmar um vínculo oficial de promoção comercial com o Amazonas. Ainda hoje, a comitiva cubana se reúne com empresários amazonenses na Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) para apresentar a carta de investimentos e negócios em Cuba e conhecer a proposta amazonense. Ainda nesta semana, o grupo governamental cubano tem reuniões em Brasília e São Paulo, também para discussão de investimentos e parcerias comerciais.
"Viemos também conhecer as experiências da Zona Franca de Manaus, com o propósito de aprender e levar para o nosso país", disse. Segundo Gonzalez, o modelo empresarial do Amazonas também é referência para o país, que está implantando a Zona Comercial do Porto de Mariel, construído com financiamento do governo brasileiro.
A reunião do governador José Melo com a comitiva cubana aconteceu na sede do governo do Estado, no bairro da Compensa, zona oeste de Manaus. O encontro teve a presença dos secretários da Seplanct, Thomaz Vasconcelos, Sefaz, Afonso Lobo, Sepror, Sidney Leite, o reitor da UEA, Cleinaldo Costa, o presidente da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, Miberwal Ferreira, e o secretário executivo adjunto de relações internacionais, Farid Mendonça.

Fotos: Herick Pereira/Agecom


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