O discurso saiu das quatro paredes dos templos.

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Marcos Feliciano quando esteve pregando em Coari. 

Recentemente um grande pregador,  que já era muito famoso dentro do meio evangélico, passou a ser conhecido de toda a sociedade brasileira. Marcos Feliciano conhecido por suas pregações carismáticas que arrebatava multidões para o fervor religioso, assumiu como Deputado Federal e como prerrogativa do cargo assumiu também uma comissão parlamentar que trata de direitos humanos e das minorias.

A presença do deputado pastor na comissão contrariou os interesses de outros grupos, principalmente dos representantes de gays, lésbicas e do gênero em virtude de declarações e pregações feita no interior das convicções religiosas do agora politico e pastor.  

Uma pequena pesquisa na Internet usando o mome Marcos Feliciano, dá pra ter noção da repercussão nacional que o caso tomou, por conta de suas declarações sobre negros que seriam descendentes de Caim e que por isto estaria explicado o sofrimento desta raça e de outros comentários sobre gays postados na Internet.

Vieram a tona também videos dos cultos onde o pregador pede a senha de um cartão de crédito dado como oferta... A ovelha deu o cartão mas não a senha e do púlpito o pastor disse que depois o ofertante não reclamasse caso Deus não o abençoasse.  

Fato é que com o envolvimento direto dos evangélicos com a política, o discurso ideológico e religioso que antes ficava restrito às quatro paredes dos templos e círculo evangélico vai ganhado contornos de legalismo público, de discurso em nível de aparelhos do Estado, contrariando os mais conflitantes interesses, uma vez que o Estado Nação, pelo menos em tese: é laico.  

Não que o discurso evangélico esteja errado em comparação ao modo de vida da sociedade como um todo. O grande conflito aí gira em torno da subjetividade que envolve as questões de fé e de comportamento. Se por um lado, dentro do contexto da igreja qualquer pessoa pode estar suscetível a uma mudança por própria convicção de maneira natural e sem conflitos, pode ocorrer o contrário no momento em que esta mudança venha como fruto de uma imposição ideológica ou política.  

Dentro do âmbito da fé,  por mais estranho que possa parecer ao outro o discurso religioso, quando o mesmo discurso alcança as tribunas e a mídia o efeito é inverso e choca... Muito mais do que ajuda.

As palavras de Marcos Feliciano não ficaram no âmbito da fé, alçaram com ele a ascensão política e com isso, ou certa ou errada, a polêmica veio junto. Daí a importância de separar as coisas: o sal não pode perder o sabor... Se não para nada serve a não ser para ser jogado fora. O papel de sal da terra e luz do mundo é bem diferente do papel político em si. Se as mudanças sociais ocorrem por meio de leis e decretos nem sempre justos, a mudança real e verdadeira do ser humano só pode ocorrer pela ação do Espírito... E contra isso não há lei.
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