Centro de monitoramento dos ciclos de cheia e seca no Amazonas entra em operação

O Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos (SEMGRH), inaugurou nesta quinta-feira (14) o Centro de Monitoramento Hidrológico. O novo sistema funciona como uma sala de situação, reunindo órgãos dos governos federal, estadual e municipal responsáveis pelas ações de atendimento e minimização dos impactos de fenômenos climáticos.

Com o Centro de Monitoramento Hidrológico, as defesas civis e prefeituras vão receber em tempo real informações sobre condições climáticas, como o volume das chuvas e cotação dos rios, o que vai permitir maior celeridade na prevenção dos eventos críticos e desastres naturais. "Vamos começar a identificar a cheia em primeiro de janeiro. Aí saberemos o quanto a água está se avolumando em cada bacia hidrográfica. Com isso, poderemos estabelecer critérios de prevenção ou planejamento para estruturação das informações para quem toma a decisão, que é o governador do Estado", disse o titular da SEMGRH, Daniel Nava.

O Centro de Monitoramento reúne os dados de mais de 300 Estações Hidrometeorológicas espalhadas pelos rios amazonenses. As informações são coletadas pelo Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e Agência Nacional de Águas (ANA), órgãos federais responsáveis pelo controle do quadro climático no País. Hoje em dia, os boletins com os indicadores gerais de chuva, subida dos rios e vazão das águas chegam às autoridades em relatórios mensais, o que dificulta a rapidez das ações.

Segundo o presidente da ANA, Vicente Andrio, além de propiciar a rapidez das ações para minimizar impactos sociais e econômicos, o monitoramento rigoroso também exerce papel fundamental na produção de conhecimento científico sobre a região.

"É um centro onde as informações são produzidas em tempo real, com qualidade, de tal maneira que você possa tomar uma série de medidas em torno disso. Sejam medidas com implantação social, econômicas e também científicas, porque o mundo todo deseja conhecer os impactos das mudanças climáticas. Essa é uma região crítica em termos globais e sem dúvida nenhuma o monitoramento com qualidade vai propiciar o conhecimento científico sobre a cheia da região", frisou.

A iniciativa é fruto da parceria entre a Secretaria de Mineração e a ANA, com investimento de R$ 2 milhões. Além da própria montagem do sistema, o convênio prevê a instalação de outras 30 Estações Hidrometeorológicas, aumentando a cobertura de dados sobre as bacias hidrográficas. As primeiras cinco estações serão instaladas no primeiro semestre de 2013.


Além das famílias ribeirinhas que sofrem com a subida e a descida das águas, o monitoramento constante dos fenômenos vai facilitar também a vida de quem navega pelos rios da região. Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Navegação do Amazonas, Claudomiro Cavalcante, atualmente, a experiência dos comandantes é o único meio de informação que a categoria possui para trabalhar. "Para nós do setor de transporte, que fazemos transporte por navegação, o monitoramento e o controle disso é vital para o desenvolvimento das atividades. A realidade hoje é o escuro. Ninguém conhecia nada. O que tínhamos era a informação adquirida ao longo dos anos de experiência dos nossos marítimos, que navegam nos nossos rios", disse.



FOTOS: ALFREDO FERNANDES / AGECOM

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