Facebook: rede social ou sociedade virtual?

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Augusto Banega Montenegro*


Perto de inteirar um bilhão de assinantes em todo o mundo, o Facebook se transforma de objeto de questionamentos para vários milhões de pessoas. Para se ter uma idéia da importância de possuir uma conta no Facebook, em países como a Alemanha, por exemplo, não participar de nenhuma rede social é considerado suspeito. Isto é: não ter conta no Facebook, pelo menos, pode transformar um simples pai de família em um grande suspeito ou num futuro serial killer.

Mas, para muitos jovens, o Facebook se transformou em objeto de devoção, de entretenimento, de comunicação e até mesmo de trabalho. Jovens de até 18 anos, por exemplo, não dormem sem acessar o Facebook até altas horas da madrugada, quando comunica a quem "interessar possa", que vai dormir, porque está cansado. 

Quem se acorda às 6h, e já acessa o face, vai encontrar mensagens maravilhosas de saudações como "bom dia", "Deus está conosco", "que sol lindo", ou então pessoas dizendo, através de mensagens nem sempre bem escritas, que vão tomar café, que estão tomando banho ou, o que é bem pior, que não vão para a aula porque estão com preguiça. Há quem prefira ficar na cama para curtir a manhã, ou quem não saiba "beijar de língua". A quem interessam essas coisas bastante íntimas?

Bem, o Facebook trouxe a vantagem de tornar diáfana a cortina que envolvia a outra metade da população, justamente aquela que combatia "as manias dos jovens de pretenderem ser apenas jovens". Hoje, diante do Facebook, todos são iguais. Até mesmo a cota d'água, o tempo e detalhes que anteriormente eram restritos às rádios e televisões hoje estão escancarados no Facebook. Querem saber quem morreu hoje, ou acaba de morrer? Basta acessar o face que lá, em alguma página vai estar postado! Quem é o candidato a Prefeito e Vereador mais acessado do país, da sua cidade ou do seu município? Pode acessar a rede que lá vai estar postado ou, pelo menos, você vai se sentir mais seguro na hora de disparar seu voto eletrônico. Afinal, informações boas e más é que não faltam! Com o advento das redes sociais, os candidatos a algum cargo eletivo mais se parecem com as menininhas da revista Playboy: estão despidos diante de todos os olhares!    

Faltava uma coisa: o Facebook ser transformado em documento de identidade!  Segundo a revista alemã Der Taggspiegel,  não ter conta em rede social pode ser suspeito. A revista distingue ausência de conta no Facebook em traços comuns entre assassinos em massa.

Pode? É claro que pode, vocês não estão lendo e vendo? Segundo a publicação alemã, ter conta no Facebook, ou não, pode hoje em dia ser um indicador mais importante do que se poderia imaginar. De acordo com ela, não ter conta no Facebook pode ser sinal de que se está a esconder algo - como o fato de se ser um assassino em massa.

E se a afirmação é exagerada, a revista traçou como pontos comuns entre James Holmes (autor dos tiroteios na sessão de cinema do Dark Knight Rises) e o norueguês Anders Breivik o fato de ambos não terem perfil no Facebook.

De forma menos exagerada, a Forbes.com analisa, contudo, que ter conta no Facebook é um fator cada vez mais decisivo para ingressar num emprego nos EUA - quem não tem corre o risco de não obter emprego por a entidade empregadora poder presumir que o candidato tem uma vida demasiado complicada para se expor.

O que acham vocês destas conclusões? Embora aparentem exagero, são sem dúvida um indicador de que o Facebook está a ultrapassar-se a si próprio enquanto fenômeno social, apresentando uma tendência que aproxima mais a rede social de ser uma sociedade virtual.



* É Jornalista e apreciador do Facebook

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1Comentários

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  1. Aqui em Coari vem mostrado resultado tambem, e tem mudado o voto de muita gente!

    E temos que usar mesmo, pois tem muita gente com memória curta!

    Prof. Antonio Lima

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