Acordo entre os governos do Amazonas e Rondônia pode baixar preço do calcário


O Governo do estado do Amazonas, por meio da Secretaria Estadual de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos (SEMGRH) está intermediando acordo entre os agricultores amazonenses e a Companhia de Mineração de Rondônia para viabilizar a importação de calcário a preços mais competitivos. De acordo com o titular do órgão, Daniel Nava, a compra direta do insumo terá impacto positivo na produção agrícola e, principalmente, na recuperação de áreas degradadas.



Inicialmente o Amazonas deverá importar cerca de 10 mil toneladas de calcário por mês do estado de Rondônia, começando em novembro deste ano, quando entra em operação a planta de beneficiamento deste insumo, no município de Pimenta Bueno (RO).

Daniel Nava explica que hoje os agricultores amazonenses chegam a pagar mais de R$ 400 por uma tonelada de calcário, enquanto nos estados produtivos o produto não chega a 20% do valor praticado no Amazonas. A importação direta de calcário da Companhia de Mineração de Rondônia que esta sendo articulada junto ao governo daquele Estado, segundo Nava, poderá resultar numa redução superior a 50% no valor que hoje é pago pelos agricultores dos municípios de Humaitá, Apuí, Lábrea, Manicoré e Novo Aripuanã, na região Sul do Amazonas.

O titular da SEMGRH destaca também o impacto positivo que a redução do custo do calcário terá na recuperação do passivo ambiental das propriedades rurais. "Comprando calcário mais barato, além da possibilidade de correção do solo, os agricultores poderão reduzir as áreas degradadas pelas queimadas resultantes do processo produtivo e pelo desmatamento para abertura de novas áreas de plantio", afirma.

Negociações - De acordo com o secretário de Mineração, as negociações junto ao governo de Rondônia estão sendo conduzidas pelas instituições que compõem o Grupo de Trabalho de Insumos Agrominerais criado pela SEMGRH em dezembro do ano passado, com objetivo de propor uma politica estadual de recursos minerais provendo o Amazonas de alternativas para a exploração de agrominerais em seu território.
Segundo Daniel Nava, a atribuição principal do grupo é formular diretrizes para exploração das jazidas agrominerais identificadas no Amazonas, de modo sustentável, atendendo as demandas do setor primário.

Além da secretaria de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos, participam do Grupo de Trabalho de Insumos Agrominerais as secretarias estaduais de Planejamento (Seplan) e da Produção Rural (Sepror), Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam), Comissão de Mineração da Assembleia Legislativa do Amazonas, Embrapa, Federação da Agricultura do Estado do Amazonas, Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas, Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, Associação Amazonense dos Municípios e Ministério da Agricultura e Pecuária.

Mina de Jatapu - Segundo o secretário Daniel Nava, o GT de Insumos Agrominerais também esta realizando estudos de viabilidade da exploração do calcário para agricultura na mina do Jatapu, no município de Urucará. "Já foram feitos furos de sondagem e coletadas amostras que estão sendo analisadas pela Embrapa", informa. O resultado das analises deve ser divulgado no final deste mês de julho.
Daniel Nava explica que o grupo estuda como viabilizar a produção e escoamento de reservas de calcário agrícola existentes na mina do Jatapu, com acesso a partir da Vila de Balbina, em Presidente Figueiredo. "Essa é uma alternativa que poderá reduzir o preço do insumo nos municípios da Região Metropolitana em até 70%", informa o secretário.

Visita à mina de Silvinita - O grupo de trabalho também já visitou a mina de silvinita, na cidade Aracaju, em Sergipe para conhecer o processo de produção e logística da mina que é operada pela Companhia Vale. Essa é única mina de silvinita em operação no Brasil. O objetivo foi obter informações para subsidiar as ações que serão desenvolvidas por esses órgãos em relação a mina de silvinita que deverá ser instalada pela empresa Potássio do Brasil, no município de Autazes.


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