Rumo ao topo

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Em todas as atividades humanas, o objetivo individual é chegar ao topo. O objetivo regular de qualquer vereador, ainda que alguns neguem, é se tornar presidente da República. Os postos mais altos são relevantes para as pessoas individualmente; já para a sociedade, os topos relevantes são as relativas às questões sociais, e destas o Brasil fica longe em todas as áreas, com destaque em alguns nichos.
Tornou-se autossuficiente na telefonia móvel. Está no topo. Há duas décadas, um telefone residencial fixo era item de luxo, com direito a ações em bolsa de valores a quem adquirisse uma linha. Hoje, o grande mistério é a manutenção do preço exorbitante das contas, mas praticamente telefone fixo se tornou obsoleto, diante da praticidade do celular, dos rádios e da internet. E na comunicação o Brasil, se não atingiu técnica e qualidade de ponta, ao menos chegou ao topo de extensão, ao cobrir todo o território nacional, à exceção das cidades Cristino Castro (PI), Grossos (RN), Antônio Olinto, Paulo Frontin e Paulo Freitas (PR). Mesmo inexplicável que ainda não tenham sinal, mas com promessa de receber até o fim deste ano. Seria o celular em cem por cento no Brasil.
Na Saúde, há uma dicotomia entre o topo na erradicação da paralisia infantil e o ralo com a dengue e as mortes em fila de hospitais públicos e de postos de saúde. Na Educação, o analfabetismo já teve seus inúmeros planos de salvação no papel, desde MOBRAL ao MOVA, mas não sai da superfície. Quanto à Segurança, simplesmente inexiste, apesar de todos os arroubos dos últimos governos. A cracolândia em que se tornou o Brasil precisaria de um debate e combate mais bem articulados. Um plano mirabolante no lançamento repete a já costumeira verborragia de outros dos mesmos. Não passam da pompa da festa de divulgação e somem no ralo da corrupção burocrática ou nem sequer saem do papel. Ao menos a derrama de reais deveria ser dividida entre o trabalho de combater com outro de prevenção; bem feito.
E partir de ações reais, o topo seria alcançado no esporte. Haverá apenas uma Olimpíada antes da que se realizará no Rio de Janeiro em 2016. Pelo desempenho nas três últimas, o Brasil poderá repetir o topo de cinco medalhas de ouro de 2004 em Athenas ou o de nenhuma na de 2000 em Sídney. Caso fique nesse patamar, ainda que alcançado as cinco de ouro, será o desempenho medíocre.
Por enquanto, toda discussão na mídia gira em torno das instalações do centro olímpico, mas pouco se fala e nada se faz para se buscar uma posição melhor no ranking de medalhas. Caso perguntassem aos 27 governadores e quase 6 mil prefeitos qual o projeto colocado em prática, a resposta verdadeira de todos seria nenhum. Desta quase unanimidade, o prefeito de Nova Soure/BA, a minha cidade natal, fica excluído. Em junho de 2011, já realizou a primeira olimpíada escolar da cidade, com o compromisso assumido de que haverá a 2ª em 2012.
Algumas conquistas estão longe do imaginário nacional, valorizadas à medida que se nega a vontade de vencê-las, mas seria preciso que o Brasil, Estado e sociedade, estabelecesse objetivos e trabalhe para conquistar um Oscar, uma Copa Davis do tênis, um Nobel de literatura, reconquiste um campeonato mundial de automobilismo e um novo número um no tênis, além de alcançar uma posição decente na qualidade da Educação, de acordo com a avaliação do Programa Internacional de Avaliação de Alunos – PISA e até um Miss Universo. Uma vez que participe desses eventos, deve haver projeto e programação para conquistá-las. Nessas áreas, o topo pode não ser alcançado tão cedo, mas precisa ter uma meta estabelecida, cujo caminho traçado seja percorrido por meio de projetos efetivos e práticos; reais, com menos pomba e diversionismo.

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP
   Bacharel em direito
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