COMO O JORNAL DA ÉPOCA NOTICIOU O ASSASSINATO DO PREFEITO DE COARI ODAIR CARLOS GERALDO

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Tensão no interior antecipava a matéria que dizia: "PREFEITO MORTO POR VEREADOR DO PMN NO TIROTEIO EM COARI".  O olho da matéria era mais enfático, dizia: "Criminoso, também baleado, queria satisfações depois de avisado que um irmão teria sido preso e espancado por ordem do prefeito".

No primeiro parágrafo o Jornal afirmou que o tiro que atingiu o prefeito foi disparado pelo vereador Arnaldo Mitouso, na época com 36 anos,  no calor de uma agressão que envolveu alguns assessores de Odair Carlos. O jornal diz que Mitouso fez 2 disparos, sendo que 1 atingiu o então prefeito de Coari. Odair chegou a ser levado com vida para o hospital da cidade e lá faleceu por volta das 2:30h. O corpo do prefeito foi transferido para Manaus, onde foi feita a necrópsia no Instituto Médico Legal.

O jornal informou também que Mitouso foi preso em flagrante e prestou depoimento para a polícia. Diz o jornal que o crime aconteceu nas proximidades do restaurante América Bar onde o prefeito havia jantando em companhia de assessores.

Em depoimento prestado ao delegado, o sargento PM, Luiz Barbosa de Oliveira, o soldado da polícia militar Ivo Silva de Souza (40 anos à época) disseram que receberam um telefonema por volta das 20:00h do prefeito Odair Carlos Geraldo solicitando a presença de alguns PMs no restaurante, porque o irmão do vereador Adalberto Almeida Mitouso estava lhe dirigindo insultos e o ameaçando. Os soldados foram até o restaurante e conduziram Adalberto até a delegacia, de onde teria fugido. O delegado foi até ao restaurante onde informou o fato ao prefeito, e depois deixou o restaurante.

Quando o prefeito estava embarcando em sua caminhote D-20, o vereador Arnaldo Almeida Mitouso passava em um fusca. O soldado Ivo, afirmou em seu depoimento registrado pelo jornal que ao avistarem o vereador o prefeito e seus assessores sairam em sua perseguição. Quando o carro que conduzia o vereador parou os assessores do prefeito identificados apenas por Careca, Clemilton, Romão Almeida e Haroldo, retiraram o vereador Arnaldo Mitouso do veículo "iniciando as agressões".

O jornal afirma ainda que o vereador foi agredido dentro do carro pelos assessores do prefeito que bateram  e também deram um tiro perto do pescoço. O militar não soube identificar o autor do disparo. O soldado Ivo também contou que Odair correu até o local onde estava ocorrendo a agressão. Ao ver o prefeito vindo em sua direção, Arnaldo Mitouso teria dito que "eu já estou lascado vou levar um comigo" e fez dois disparos  à queima roupa contra o prefeito.

Ivo disse que um dos assessores do prefeito, Romão Almeida (Secretário de Obras) agarrou o vereador enquanto os outros assessores, Clemilton e Haroldo tomaram a arma de Arnaldo Mitouso e atiraram em sua direção. O tiro acabou atingindo o próprio Secretário de Administração no braço. Outro tiro foi disparado contra o vereador, que já estava dominado pelo próprio Ivo.

No auge da confusão quando o prefeito era levado para o Hospital, o vereador se escondeu na residência de Iolanda Maria Nel Sisnado, proprietária de um bar, a 20 metros do restaurante. Lá, Mitouso foi preso e levado para o Hospital. Depois ele foi autuado em flagrante pelo delegado, o 1º sargento PM, Luiz Barbosa.

Odair morreu às 2:30h, quando os médicos tentavam socorrê-lo. O corpo que veio para Manaus para sofrer autópsia, voltou para Coari onde foi velado. Depois, o corpo seguiu para São Paulo para ser sepultado no município de José Bonifácio, cidade onde Odair nasceu.

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