A reunião contou com a presença do secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Odenildo Sena, da diretora científica da Fundação de Amparo a Pesquisa do Amazonas (Fapeam), Maria Olivia, e da vice reitora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Marly Guimarães, além do diretor presidente do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Adalberto Val, e do diretor do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi), Carlos Nobre. Segundo Carlos Nobre, está em estudo a implantação em Manaus de um escritório do instituto para incentivar o registro de patentes.
Omar elogiou o fato de o ministro ter assumido que priorizará a Amazônia como uma região estratégica para o Brasil e o mundo na área de pesquisa. "Nós sabemos que a Amazônia é um grande laboratório e o ministro tem essa sensibilidade. Ele sabe que para preservar temos que ter inovação tecnológica e para isso é preciso investimento. Nós só vamos poder gerar emprego e renda com o que nossas riquezas naturais nos oferecem com inovação e pesquisa", disse o governador, ao ressaltar que a pesquisa deve ter caráter pragmático. "Temos que deixar o romantismo de lado e trabalhar com aquilo que agrega valor e gera oportunidade para o povo". Indústria do pescado – O governador e o ministro disseram que vão trabalhar juntos para que todo o conhecimento científico produzido no Estado tenha como foco principal o desenvolvimento de tecnologia e novos modelos de negócios. "Nós queremos que esse conhecimento que adquirimos agora vire emprego, oportunidade, renda para a população. O governador é um homem que tem experiência administrativa, compromisso com o povo e pé no chão. Saímos daqui com varias parcerias para a gente arregaçar as mangas e ajudar a realizar", disse Mercadante. Uma das prioridades será a piscicultura. "Precisamos de indústrias modernas, com logística capaz de jogar todo esse pescado no mercado nacional e global. Isso vai fortalecer o pequeno produtor".
Segundo o ministro, a cadeia pesqueira será organizada, a exemplo do que aconteceu com a indústria do frango, de carne suína e pecuária bovina, que levaram o Brasil ao topo do ranking de exportação desses produtos. "Com assessoria técnica, orientação e mercado garantido para a produção podemos industrializar o peixe produzido aqui".
O governador Omar Aziz citou alguns exemplos que já vem sendo adotados no Estado nesse sentido. "Em breve vamos inaugurar duas fábricas de salga do pirarucu no interior, mas muito mais pode ser feito". Citou ainda a produção de castanha e outros produtos extrativistas, como a juta malva e a borracha, que já recebem incentivos do Estado, mas que precisam de maiores investimentos.
Cidade Universitária – "Um sonho que vai se tornar realidade", foi como o governador descreveu o projeto da Cidade Universitária, que será construída para a UEA. Será um complexo que vai agregar toda a estrutura da universidade, além de alojamentos, restaurante, biblioteca laboratórios entre outros espaços. Omar disse que vai contar com a parceria do Ministério da Ciência e Tecnologia para por o projeto em prática, mas também pretende buscar recursos em outras fontes de financiamento, como o BNDES e até na iniciativa privada.
Outro projeto discutido foi a transformação da Reserva Ducke num grande Jardim Botânico. A previsão do ministro é que a obra fique pronta para a Copa de 2014. "A ideia é que lá possa ser um local para atividades como arvorismo e que o conhecimento de pesquisa da Amazônia esteja disponível de forma didática à população".
Reestruturação do CBA – Durante a reunião tratou-se, ainda, sobre a reestruturação do CBA. "O Centro de Biotecnologia tem papel estratégico na região e a gente espera que nos próximos anos ele possa fazer aquilo para o qual foi planejado e nos dar condições de ter o conhecimento exato daquilo que a gente pode usufruir", destacou o governador.
Segundo o ministro Mercandante, está prevista uma reunião com os ministérios da Ciência e Tecnologia, do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Indústria e Comércio para discutir o assunto. " Vamos discutir a criação de um novo Conselho Diretor, definir linha de pesquisa e melhorar as condições de financiamento para poder concluir os equipamentos necessários e montarmos uma equipe que tenha carreira, um plano de negócios e um plano de pesquisa. O CBA pode ser um grande centro de pesquisa da biodiversidade e gerar muitas oportunidades para investimento e emprego na região", disse o ministro, ao reconhecer que o centro está sub utilizado.
Escritório do Inpi - Sobre a vinda do escritório de patentes do Inpe para Manaus, o ministro afirmou que o assunto será discutido com o ministro da Industria e Comércio, Fernando Pimentel. "Tem crescido muito o numero de patentes na Amazônia e nós precisamos motivar os pesquisadores e cientistas a registrarem as patentes".
Fotos: Chico Batata / AGECOM
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