CURSO MANEJO FLORESTAL - UEA‏

CURSO MANEJO FLORESTAL - UEA
INPA ABRE AS PORTAS AOS ALUNOS DE AGROECOLOGIA DE PARINTINS

Concorrido entre pesquisadores e engenheiros florestais de todo Brasil, o curso complementar de Manejo Florestal do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) reuniu, um público bem diferente do convencional. Pela primeira vez, a oportunidade chegou aos alunos do curso Técnico em Agroecologia do Centro de Estudos Superiores de Parintins da Universidade Estadual do Amazonas (UEA). O grupo formado por 37 alunos, com idade entre 19 e 52 anos, ocupou o alojamento da Reserva Ecológica de Pesquisas do Instituto, localizada no km 50 da BR 174.

Com duração de 40 horas, o curso complementar de Manejo Florestal aconteceu na primeira semana do mês de agosto. Os alunos participaram de aulas teóricas e práticas sobre assuntos relacionados à dinâmica das florestas e no final dos sete dias, tiveram a oportunidade de carregar na bagagem conhecimentos aplicáveis às comunidades onde vivem. Sob a chancela do pesquisador, Niro Higuchi, o mesmo grupo participou, ainda em Parintins, de disciplinas de manejo florestal madeireiro e não madeireiro.

A coordenadora do curso de Agroecologia da UEA/Parintins, Francisneide Lourenço, considera a oportunidade única. “Os ensinamentos e a socialização de experiências são fatores que contribuem com o incentivo à prática sustentável da agricultura nas comunidades rurais amazônicas”, esclarece. Para a coordenadora, o curso é um estimulo aos jovens de Parintins que se dedicam às questões ambientais e a formação de multiplicadores de informações.

Outra atividade importante praticada pelo grupo são as técnicas de monitoramento (ou inventário) florestal que acontecem nas chamadas áreas de “parcelas permanentes”. Nesses espaços, as medições constantes verificam o processo de recuperação e crescimento da floresta. O pesquisador em manejo florestal, Adriano Nogueira, explica que “a técnica estima o estoque de biomassa (materiais orgânicos que geram energia) e os aspectos legais relacionados às mudanças climáticas, como a quantidade de emissão de gás carbônico pela floresta”, explica.

Desde 2004, durante todo o mês de junho, o Inpa recebe profissionais de vários estados e países para participar do curso de Manejo Florestal na reserva. Segundo o pesquisador, os pedidos começam com um ano de antecedência. “Já recebemos cerca de 150 solicitações de pesquisadores e engenheiros florestais de diversos locais para o curso do ano que vem”, explica.

Estrutura

Da BR 174 são mais 35 minutos de ramal até chegar à Reserva Ecológica de Pesquisas do Inpa. No alojamento, sete quartos são distribuídos entre homens, mulheres e pesquisadores.

No curso de Manejo Florestal, o instituto é responsável pela hospedagem, alimentação e materiais de pesquisa dos alunos ou dos pesquisadores.

“Quando são profissionais de outros estados, eles só arcam com a passagem”, ressalta a bolsista do Inpa, Adélia Sampaio. Ela é categórica quando o assunto é internet. “Não temos acesso à rede e quem traz o laptop só utiliza para tabular dados, elaborar planilhas ou editar textos”. Adélia que é responsável pela logística no alojamento afirma que, “o dia na reserva começa às 7h e termina às 22h. Os alunos participam de aulas teóricas, em seguida, as práticas”. No conteúdo programático, eles recebem orientações sobre Legislação Ambiental (Federal, Municipal e Estadual), crescimento e desenvolvimento individual das árvores, participam de práticas de laboratório entre outras.

Assim como os profissionais, os alunos desempenham as mesmas atividades na reserva. Desde a coleta de dados, cálculos até o resultado final são tarefas do grupo. Eles aprendem até técnica do rapel utilizada para escalar grandes árvores, quando se faz necessário um inventário florestal.

DANIEL MACIEL

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