CRISE: NA CONTRA-MÃO DO QUE DIZ O PRESIDENTE

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 JOSÉ FUCS

Que é repórter especial da revista Época. Trabalha na área de economia, negócios e finanças desde 1987. Foi editor-chefe da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, diretor de redação da revista Meu Dinheiro e editor executivo da revista Exame. Antes, trabalhou como repórter da área de finanças dos jornais O Estado de S.Paulo e Gazeta Mercantil. Em 2000, foi diretor geral do site Dinheironet, especializado em finanças pessoais. Foi também repórter de Política e Cidades do jornal Folha de S.Paulo. Começou a carreira na imprensa alternativa, em 1983, como repórter de Política.

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A hora é de poupar e não de consumir, como prega Lula

Ter, 02/12/08
por jfucs |
categoria Geral

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, consegue se superar a cada dia. A última do presidente é a sua obstinação em estimular o consumo da população. Seu objetivo seria evitar um eventual aprofundamento da crise com a desaceleração da economia nacional. Como ex-metalúrgico, Lula deveria saber que a disposição dos trabalhadores por consumir é algo que depende das expectativas em relação ao futuro imediato. Ninguém vai sair por aí torrando dinheiro à toa sabendo que a crise financeira não está chegando ao país apenas como a “marolinha” que ele previu algumas semanas atrás. É certo que a crise não chegará aqui como o tsunami que se vê hoje nos países desenvolvidos, mas diversos indicadores já mostram que 2009 será um ano difícil, bem difícil para os brasileiros.

Com a queda nas exportações provocada pela retração global, o impacto da alta do dólar nas empresas que se endividaram lá fora e a queda dos preços das principais commodities, o fantasma do desemprego já começa a assustar muita gente. Neste cenário, a cautela costuma ser a melhor conselheira. Um reforço na poupança é sempre recomendável em períodos de incerteza e de instabilidade. O trabalhador que tem família para cuidar sabe o que isso significa numa hora dessas.

Quem seguir a sugestão de Lula e gastar seu dinheiro agora,  acreditando que, com isso, estará evitando o aprofundamento da crise no país, poderá se dar mal. O que esse trabalhador fará se seu nome estiver incluído numa lista de dispensa logo mais? Vai entrar no redemoinho do cheque especial? Vai pegar um “papagaio” no banco para pagar suas contas? Ainda que essa fosse uma saída viável, o crédito está escasso - e caro, caríssimo. Como se sabe, os bancos estão mais seletivos do que nunca na liberação de financiamentos.

Talvez, neste caso, a melhor saída seja guardar as notas fiscais de suas compras para pedir o reembolso dos gastos ao presidente Lula e esperar que ele envie o cheque pelo correio ou via ordem de pagamento. A questão é saber se ele vai querer pagar a conta. Mas deveria. Afinal, um presidente da República que, na hora da crise, manda todo mundo consumir está, de um jeito ou de outro, se tornando uma espécie de fiador do consumo nacional. Como acontece com qualquer fiador, na hora em que a coisa aperta, quem tem de honrar as dívidas é ele. 

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