‘Apagões’ deixam Coari às escuras

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Segundo a Manaus Energia, a rede de distribuição está sobrecarregada e deve ser ampliada até julho. População reclama de prejuízos.

‘Apagões’ que duram mais de três horas, sucessivas quedas de tensão e interrupções inesperadas. Assim está operando o sistema de energia elétrica de Coari (a 363 quilômetros de Manaus). Segundo dados da Manaus Energia (ME), que atua no lugar da extinta Companhia Energética do Amazonas (Ceam), o município consome, por dia, mais de 10 mil megawatts de energia. Em 2002, eram 5,3 megawatts.

O auxiliar de diretoria da ME, Edivaldo Moura, afirmou que a ME tem capacidade para produzir 13,6 megawatts, mas o problema está na rede de distribuição. O sistema, que foi ampliado em 2001 e com previsão de ser melhorado só em 2010, está sobrecarregado.

Por causa dos apagões e dos picos, moradores reclamam dos aparelhos eletroeletrônicos queimados, lojistas amargam prejuízos com equipamentos e órgãos públicos são obrigados a suspender as atividades. Nas escolas de educação infantil, por exemplo, as crianças são mandadas de volta para casa, devido ao calor.

A secretária municipal de Educação, Elaine de Lima Vasques, afirmou que nas escolas municipais e estaduais, no turno noturno, as aulas foram suspensas várias vezes por causa da falta energia. Já durante o dia e à tarde, o problema está nas escolas de educação infantil. “O desconforto é grande. As crianças ficam agoniadas e perdem a concentração por causa do calor. A Prefeitura não é avisada com antecedência para que nós nos preparemos contra os apagões”, afirmou.

O presidente da Associação Comercial de Coari, Raimundo Fernandes, disse que pagou R$ 800 para recuperar o motor de um expositor de frios da loja dele, no Centro da cidade. “Quando a energia volta, vem sobrecarregada e os motores não agüentam”, explicou. De acordo com ele, empresários afirmaram ter perdido equipamentos e mercadorias, nos últimos meses, por causa da falta de energia e dos picos.

“Tive um prejuízo de R$ 500 só com peças de computador. E durante os apagões, perco, em média, R$ 80 por dia”, disse Elizeu Amaral Silva, 21, proprietário de uma lan house também no Centro de Coari. Segundo ele, a energia é interrompida pelo menos três vezes por semana. Nesses casos, o bairro fica sem luz por mais de duas horas.

Além dos apagões, afirmou Elizeu, os picos de energia fazem os computadores queimarem. “Perdi três computadores ao mesmo tempo”, acrescentou. Nas ruas de Coari, vários semáforos ficam inoperantes por causa dos apagões.

Emergência
Edivaldo Moura afirmou que além da interrupção geral de energia em todo o município, ocorrida no dia 19, por causa da instalação de dois novos geradores, estão programadas mais três interrupções, agendadas para a próxima semana, para ser feito um trabalho de emergência nas áreas mais afetadas pelos apagões, como o Centro, os bairros Liberdade e Espírito Santo.

Segundo ele, equipes da ME de Coari vão instalar quatro novos transformadores e instalar cabos de maior capacidade em quatro setores, cada um responsável por fornecer energia elétrica para 150 famílias. Com este trabalho, disse Edivaldo, a distribuição de energia vai melhorar em mais oito setores.

“Coari cresceu 15% em três anos. O sistema de energia elétrica, que suportaria a demanda, com folga, até 2010, precisa ser trocado imediatamente”, afirmou.

Licitação
De acordo com Edivaldo, a ME está licitando a recuperação de outros 40 setores de distribuição, com a troca de transformadores e cabos, totalizando 52 setores recuperados. Em Coari, são 86 setores. “Com os dois novos geradores, temos geração de energia com folga, mas a rede de distribuição precisa ser trocada”, afirmou.

Ele disse que estão orçados R$ 10 milhões do governo Federal para a energia elétrica em Coari, sendo que R$ 2 milhões serão destinados à ampliação da rede de distribuição, e R$ 8 milhões para instalar mais 270 quilômetros de cabos para levar energia elétrica à zona rural do município.

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