QUANDO O TEMPO NÃO CHEGA

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Texto: Daniel Maciel


As muitas experiências de todos, servem para escrever as diversas ideologias que hoje existem no seio da humanidade, algumas verdadeiras experimentadas nas práticas, outras no campo da utopia, um sonho, um devir nem sempre presente, mas que igualmente acalenta o coração de quem quer acreditar. A mais que isto, a mais que um radicalismo cruel dos fatos, as verdades humanas serão sempre humanas, e portanto nem sempre verdades. O ser humano constrói com a mesma crença castelos de areia e castelos de pedra, a diferença entre um e o outro é o tempo. O tempo sempre serve para mostrar se os ideais são verdadeiros, se as palavras eram consistentes, se a base era sólida, se o sonho era real.

Se a dúvida abate quem deseja iniciar uma caminhada, se pela finitude de nossos dias a ansiedade vem ser companheira dos passos dados ao longo do caminho da vida, e os objetivos serão alcançados ou não, se vale à pena sonhar e procurar construir uma estrada pavimentada por anseios pessoais, o tempo dirá! Não há uma verdade acabada, a não ser aquela provada pela sua confirmação ao longo dos séculos.

Os sábios escritos, do escritor sacro afirmam que há tempo para todo o propósito debaixo da terra. Fica claro, pela experiência individual e coletiva que existem determinadas ocasiões que não podemos interferir ainda que tentemos, momentos factuais, instantes acabados, aos quais simplesmente temos que aceitar o ponderável e o imponderável e vivenciar o momento sem que haja outra alternativa, no entanto, outras ocasiões podem ser modificadas por nossas atitudes, a forma de encarar a vida, a maneira de pensar e a postura a ser adotada.

Dos que não podemos mudar: o tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar, tempo de ficar triste e tempo de se alegrar; tempo de chorar e tempo de dançar. O nascimento e a morte são como grandes ponteiros no relógio da vida, não param, desde que o mundo é mundo, marcam o início e o fim da trajetória perceptível.

Plantar e colher estão dentro do ciclo da natureza, o qual o giro do planeta no universo tem mais primazia que o homem, às vezes se agiganta e se volta contra tudo e contra todas as leis e planos imaginados. A tristeza e alegria são conseqüências de fatos que na maioria das vezes sequer podemos prever que aconteceriam, e quando acontecem nos permitem o fluir das emoções tão inerentes a nós, seres humanos.

O que podemos controlar são os fatos ligados ao poder de decisão , ao esperar ou deixar de esperar: o tempo de matar e tempo de curar dependem de uma iniciativa ou de uma escolha humana, assim como o tempo de derrubar e tempo de construir. O tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las; tempo de abraçar e tempo de afastar.

Na nossa existência breve há tempo de procurar e tempo de perder; tempo de economizar e tempo de desperdiçar; tempo de rasgar e tempo de remendar; tempo de ficar calado e tempo de falar. Há tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz. Este períodos, ou momentos são inerentes a todos, ricos e pobres, doutos e ignaros, para qualquer coisa que possamos ou venhamos fazer existe realmente um tempo apropriado. Saindo do sagrado e indo à poesia contemporânea, uma frase de uma música que marcou época na história do Brasil, mostra que podemos não apenas esperar o tempo certo, mas fazer o tempo certo. Geraldo Vandré, em sua música “Pra não dizer que não falei de flores” consagrou a frase: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Saber fazer a hora, não choca com esperar o tempo certo, talvez para um melhor entendimento seria melhor sintetizar da seguinte forma: “Saber fazer no tempo certo”.

Esta percepção de integralidade com o universo, esta noção de tempo e espaço, esta maneira holística de compreender a vida no contexto da hora certa de agir é que faz a diferença para a concretização dos ideais, sonhos e metas individuais. Cada um ser humano é um universo particular dentro do cosmo, cada um tem seu tempo, sua hora, seu momento. Por não entender isso, alguns morrem no momento inapropriado, outros nunca chegam a lugar nenhum, outros perdem seus dias em uma obsessão que nunca chega. Essa visão ampla nos permite não se desesperar quando o tempo da conquista não chegar da mesma maneira que podemos tomar uma determinada atitude que nos permita chegar lá, não na crendice de tudo cair do alto por acaso, nem na incredulidade de que nunca cairá.

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